A vitoriosa carreira de Zé Roberto terá um ponto final em dezembro de 2016. Prestes a completar 42 anos, no dia 6 de julho, o lateral-esquerdo do Palmeiras disse que conseguiria se manter em atividade até os 50, mas ponderou que deseja ficar mais próximo da família a partir de 2017.
- Eu, no ano passado, se tivesse decidido parar de jogar, com certeza iria parar muito feliz por tudo o que conquistei, com um título tão importante com o Palmeiras. Decidi jogar mais esse ano pelos desafios que tracei na minha carreira. Queria até aproveitar essa oportunidade e deixar claro que esse com certeza será meu último ano. Ano que vem quero curtir um pouco, ter mais tempo com a família. Tenho um filho de 16 anos que quer fazer faculdade fora. Nesses anos de carreira, eu quase não o vi. Estou muito motivado para fazer meu último ano dando meu máximo. No início da pré-temporada tive uma conversa muito clara com a comissão no sentido de que não vai ser possível jogar todos. Não sou máquina - avisou.
Zé Roberto chegou ao Palmeiras no início de 2015, com vínculo até dezembro. No segundo semestre, ele assinou a renovação até o fim de 2016, mas colocou sua continuidade em dúvida mais de uma vez após a conquista da Copa do Brasil. O motivo da dúvida: o calendário do futebol brasileiro.
- Ainda que tivesse algum jogador que fosse máquina, um Super-Homem, um Batman, não iria aguentar o calendário brasileiro. Inventaram agora essa Primeira Liga, e conversando com alguns amigos do Grêmio eles me disseram que parece vida de caminhoneiro, porque passam mais tempo fora de casa do que dentro. O filho, em vez de chamar de pai, chama de tio. Eu brinquei que poderia ir até os 50 anos e poderia, com certeza. Sempre me cuidei, estou bem, mas o calendário aqui no Brasil fez com que eu pensasse nas férias e decidisse jogar somente esse ano - acrescentou.
- A minha condição física me surpreende a cada dia, poxa, porque eu nunca imaginei que iria jogar com 41, prestes a completar 42 anos, em julho, em alto nível. Claro que me preparei para isso. Desde novo, quando tomei conhecimento que meu corpo era meu instrumento de trabalho, passei a cuidar dele. Hoje estou usufruindo. Nunca tive nenhum vício, sempre cuidei muito da alimentação. Claro que a genética ajuda muito também, nunca tive uma lesão grave. E não posso deixar de falar da paixão. Sempre sonhei em ser jogador de futebol e esse amor continua ardendo muito dentro de mim. Nossa vida é feita de escolhas e traçar metas, a maioria foi alcançada.
Convicto, Zé Roberto descartou a hipótese de abreviar a carreira e se aposentar imediatamente depois da Copa Libertadores.
- Não, não, não. Meu pensamento é cumprir o contrato que eu tenho com o Palmeiras (até dezembro). Se não acontecer o título da Libertadores, teremos mais uma competição, que é o Brasileiro. Meu pensamento é terminar o ano jogando pelo Palmeiras.