A retomada de treinos com situações mais similares às de jogo, na segunda-feira, fez o Palmeiras intensificar trabalhos em uma novidade na Academia de Futebol. Os mais de três meses sem atividades no centro de treinamento deram tempo para se concluir a instalação do gramado sintético, igual ao que está no Allianz Parque. E já se comemora o fato de os jogadores poderem estar ainda mais adaptados a um piso que não é tão comum no Brasil.
- O campo sintético está muito bom. Muito próximo do campo do Allianz, e há uma vantagem técnica com isso, pela adaptação a um gramado diferente dos outros. A necessidade da grama sintética não foi por isso, foi pela dificuldade de se manter um gramado de alto nível no estádio, mas acreditamos que teremos muito proveito técnico com isso - analisou Daniel Gonçalves, coordenador científico do clube, para o LANCE!
O primeiro compromisso do Verdão no Allianz Parque será contra o Água Santa, provavelmente no dia 25 ou 26 (a Federação Paulista de Futebol ainda não confirmou as datas do Estadual), pela última rodada da primeira fase do Campeonato Paulista. Até lá, enquanto o estádio é utilizado para apresentações em modelo drive-in, com carros em cima do campo, o time alterna treinos físicos, táticos e técnicos no gramado artificial da Academia.
- O Palmeiras tem elogiado bastante, nos disseram que está, realmente, muito semelhante ao do estádio. Com isso, não se perde tempo, porque se treina como no estádio, o que é uma vantagem quando forem jogar, porque já estarão bem adaptados - falou Alessandro Oliveira, presidente da Soccer Grass, empresa responsável pelos gramados tanto do Allianz quanto da Academia.
A instalação do campo na Academia começou antes do que no Allianz, onde o novo piso já recebeu três partidas desde a estreia oficial, em 16 de fevereiro. O problema no centro de treinamento era o contrapiso, com terra, dificultando a obra em meio a chuvas. Com a pandemia, mesmo com ritmo de trabalho menos intenso, devido ao isolamento social, houve tempo para o gramado ter menor necessidade de ajustes mais cedo do que ocorreu no estádio.
No Allianz, antes da estreia e nos dias que separavam as partidas, ocorriam frequentes atividades no local. Um dos principais objetivos era "assentar" o Infill TPE, produto que preenche a grama, absorve impacto e acúmulo de água, quebrando a temperatura em cerca de 15°C, e com mais estabilidade do que a tradicional borracha de campo sintético. Como não há tinha treinamento na Academia, máquinas exerceram esse trabalho.
- Tivemos tempo para uma instalação não tão corrida como a do Allianz, fizemos certinho todos os processos e, por isso, já ficou tudo bem acomodado. Não precisa colocar tanto jogo como foi no Allianz, o campo fica ótimo muito mais rápido quando se faz os processos com tempo - comentou Alessandro Oliveira, informando que, mesmo com a retomada dos treinos, ainda há uma avaliação semanal no gramado para que se façam ajustes necessários.
O campo sintético da Academia também foi usado nos treinos físicos, com um benefício: diminui os riscos de lesões. Por ser regular, o gramado artificial é considerado mais próximo do ideal, principalmente para quem está voltando de lesão. No centro de treinamento da seleção holandesa, por exemplo, o atleta retorna no sintético antes de trabalhar no campo de grama natural.
- Ainda assim, procuramos mesclar os trabalhos nos campos. Fizemos treinos na grama natural e na sintética, porque não adianta, vamos jogar na grama natural também. Por isso, preparamos os atletas nos dois terrenos. Mas, sem sombra de dúvida, o campo sintético ajuda, porque a força reativa do solo não muda como na grama natural. Na sintética, o impacto é sempre igual - falou o coordenador científico Daniel Gonçalves, lembrando que o centro de treinamento possui ainda dois campos de grama natural, e um sintético.