Sorteio da Libertadores: Palmeiras e Cerro Porteño se reencontram após racismo
Presidente do Verdão não compareceu ao sorteio em protesto contra o racismo

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O sorteio da Libertadores colocou frente a frente na primeira fase deste ano dois times com potencial para um confronto cercado de problemas. Palmeiras e Cerro Porteño serão adversários na fase de grupos. As equipes se enfrentarão após caso de racismo no sub-20, protesto e reclamações da presidente do Verdão, Leila Pereira, após falta de medidas duras.
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Além de Palmeiras e Cerro Porteño, estão no Grupo G Sporting Cristal, do Peru, e Bolívar, da Bolívia. A fase de grupos está marcada para acontecer entre os dias 2 de abril e 28 de maio.
Mas não é de agora que Palmeiras e Cerro Porteño têm seus atritos por ações inadequadas do time paraguaio. Em 2022, torcedores do Cerro imitaram macacos para torcedores do Palmeiras durante um jogo e não foram punidos. Já em 2023, o então jogador do Palmeiras Bruno Tabata revidou a agressão racista de parte da torcida e acabou punido, sem o Verdão conseguir reverter a suspensão aplicada pela Conmebol.
O último caso foi o racismo sofrido por Figueiredo e Luighi, em jogo da Libertadores sub-20. O caso ficou marcado pelo choro deste último, que se revoltou com a situação. Um torcedor imitou macaco em direção aos atletas, no Estádio Gunther Vogel, e Luighi ainda recebeu cusparadas.
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Como punição, a Conmebol aplicou uma multa de US$ 50 mil (cerca de R$ 290 mil na cotação atual), pediu portões fechados para o clube no torneio e publicação, nas redes sociais, de campanha comunicacional para conscientização contra o racismo.
Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, discursou antes do sorteio da fase de grupos da Libertadores. No evento realizado na sede da entidade do futebol sul-americano, o dirigente falou sobre casos de racismo nos jogos organizados pela confederação e citou o ocorrido com Luighi, do Palmeiras, durante a Libertadores sub-20.
Ele citou, como desafio, o combate a esse tipo de crime e admitiu que as sanções aplicadas não são suficientes para resolver o problema, que é um "flagelo" com origem na sociedade.
— Não posso seguir sem falar de racismo, um problema muito grande que o futebol enfrenta. Gostaria também de abordar uma questão que nos desafia como organização. O racismo é um flagelo que não tem origem no futebol, mas na sociedade. Mas, afeta o futebol. A Conmebol é sensível a essa realidade. Como poderia não ser a dor do Luighi. Nosso desafio é estar junto daqueles que não são responsáveis por esses atos. A Conmebol aplica sanções e faz tudo o que está a seu alcance para mudar essa realidade, mas isso não é suficiente — disse o presidente da Conmebol.
— Precisamos entender que o racismo está enraizado na sociedade, e o futebol como organização está lutando com as ferramentas que estão ao seu alcance. Quero anunciar que a Conmebol decidiu convocar as autoridades de governo de todo o continente e as associações membros com objetivo de estabelecer uma atuação conjunta que permita responder de forma simultânea a qualquer manifestação de discriminação e violência — afirmou Alejandro Domínguez.
Leila Pereira não compareceu ao sorteio em protesto à branda pena dada ao Cerro Porteño. Presente ao evento, o vice Paulo Buosi disparou contra a Conmebol.
— A presidente quis registrar um protesto com tudo que aconteceu com os nossos jogadores, com o Figueiredo, com o Luighi, mas eu e ela decidimos que eu precisava estar aqui, era importante eu estar aqui para representar institucionalmente o Palmeiras, mas registrar a nossa revolta, o nosso protesto contra tudo que aconteceu. Não é possível a gente admitir e tolerar que isso continue acontecendo — afirmou Buosi, em entrevista à “Espn”.

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