Tem solução? Relembre os episódios da relação ruim entre Verdão e FPF

Com rusgas desde a final do Paulistão do ano passado, Federação disse que tentaria uma aproximação após este Estadual, mas provocações de presidente do TJD-SP pesam contra

imagem cameraMaurício Galiotte adotou a postura de se afastar da Federação Paulista desde 2018 (Foto: Cesar Greco)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 09/04/2019
19:25
Atualizado em 10/04/2019
10:00
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A intenção da Federação Paulista de Futebol é tentar uma reaproximação com o Palmeiras ao término do campeonato estadual, mas desde então só vieram novos capítulos de uma relação complicada. Agora com influência até de farpas vindas do TJD-SP, relembre todo o caso abaixo.

'Paulistinha': o início da rachadura

Briga no Dérbi da final do Paulista (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Na segunda final do Paulista de 2018, entre Palmeiras e Corinthians, dentro do Allianz Parque, o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza marcou pênalti de Ralf em Dudu, mas depois de quase oito minutos de paralisação, e muito debate com a equipe de arbitragem, mudou de ideia. Após a derrota por 1 a 0 no tempo normal, o Verdão também foi batido nas penalidades. Toda a confusão revoltou o presidente Maurício Galiotte.

- O Palmeiras é muito maior do que um Paulistinha. Temos um planejamento, temos objetivos, e não vamos ficar preocupados com uma situação que foi absolutamente vergonhosa. Um exemplo muito ruim que o futebol brasileiro dá, de interferência externa. É uma vergonha. Uma vergonha! Um campeonato manchado, um campeonato estragado, jogado no lixo - esbravejou.

Processo não anda

Campeonato foi para os tribunais (Foto: Thiago Ferri)

O Palmeiras montou um longo dossiê para provar que houve interferência externa para a anulação do pênalti. O TJD-SP não levou o caso para frente, e o clube então tentou discutir o processo no STJD, que não considerou existir evidências suficientes para fazer o que pedia o Verdão: impugnar a partida.

Depois de cinco meses brigando na Justiça, o Palmeiras considerou que atingiu o que queria, provando que houve interferência.  "Infelizmente, os tribunais esportivos brasileiros não entendem que a série de fatos apresentados constitui prova suficiente para anulação de uma partida de futebol, o que lamentamos", diz trecho de nota oficial do Verdão. O texto ainda exaltava o fato de o Paulista de 2019 contar com o VAR no mata-mata.

Boicotes a eventos da FPF

Clube passou a evitar eventos da FPF (Imagem: Reprodução/FPF TV)

Logo após o Paulista de 2018, o Palmeiras começou a boicotar os eventos da Federação. O primeiro deles, a premiação dos melhores daquele Estadual. O clube colocou oito atletas e o técnico Roger Machado na seleção do Paulista, mas nenhum deles esteve presente no evento. Não há, também, representantes nos Conselhos Técnicos da competição. Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF, até falou há dez dias em tentar a reaproximação, mas não houve nenhuma demonstração real nesta direção até agora.

Paulistinha parte II

Quartas de final deste ano recomeçou briga (Foto: Divulgação/FPF)

A briga entre Palmeiras e FPF recomeçou nas quartas de final deste ano. Na primeira partida contra o Novorizontino, o clube considerou que o gol sofrido foi irregular, por um toque de mão no início da jogada - o VAR validou o lance. Em uma postura rara, o Verdão usou suas redes sociais para mostrar a irritação. Quando a FPF postou uma imagem para justificar que a jogada havia sido legal, a resposta foi: "Federação Paulista defende o indefensável. É a mesma postura do Paulistinha do ano passado".

Era lance para o VAR?

Semi também teve problema (Foto: Eduardo Carmin/Photo Premium)

Antes das semifinais, o ex-volante e hoje vice-presidente da FPF Mauro Silva disse que os clubes que comparecem aos eventos da Federação têm mais informações sobre o uso do VAR. No primeiro jogo com o São Paulo, no Morumbi, o Palmeiras chegou a ter um pênalti marcado a seu favor, em cima de Dudu, mas o árbitro de vídeo anulou a jogada. A decisão gerou reclamações, pois a diretoria entendeu que o lance era interpretativo.

- Fiz questão de escutar os especialistas, os comentaristas de arbitragem. Era um lance interpretativo, está claro. Por ser interpretativo, não seria necessário chamar o VAR. Nesta semana, fomos até um pouco ironizados, porque não fomos lá, não aprendemos... Ainda bem. Se fôssemos lá, talvez, aprenderíamos errado - disse Alexandre Mattos. 

Felipão cogita tirar o Palmeiras de campo

Deyverson fez gol, mas foi anulado (Foto: Ricardo Moreira/Fotoarena)

Na segunda semifinal, vencida pelo São Paulo nos pênaltis, os dois times tiveram gols anulados pelo VAR. Primeiro o Tricolor, com Liziero impedido. Depois, Deyverson, também à frente - os dois lances em distâncias curtas. Quando o gol alviverde foi invalidado, Felipão chegou a cogitar tirar o time de campo, revoltado com a decisão. Ele até citou uma provocação antes do jogo de Antonio Assunção de Olim, presidente do TJD-SP.

- Tinha um pé no lance do Deyverson, muito bem. E o pênalti deu o que lá (no Morumbi)? E o julgamento do Moisés, a farsa do julgamento como foi? É uma vergonha. Não adianta ficar reclamando porque vamos receber lenços do dirigente lá... não tem que mandar lenços, tem que mandar o que é correto - respondeu Felipão.

Críticas públicas do presidente do TJD-SP

Olim, presidente do TJD, entrou na briga (Foto: Reprodução/SporTV)

Se durante as quartas de final Olim falou que daria um lenço para que o Palmeiras "parasse de chorar", após a eliminação do Verdão ele voltou a provocar.

- O problema do Palmeiras não é a instituição. São os dirigentes e o Felipão. Eles têm de jogar futebol e acabou. O que falta ao Palmeiras é competência, força e garra ao time (...) Não tenho nada para ouvir deles. Não aguento mais o Palmeiras. Todo dia inventam alguma. Eles sempre precisam arrumar algum Cristo. Ou é a Federação Paulista de Futebol ou o Tribunal - criticou.

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