O Palmeiras venceu o Coritiba por 3 a 1, no último domingo (4), pelo Brasileirão. No entanto, as atenções estavam voltadas também para o que estava acontecendo fora do Allianz Parque. Isso porque foi o primeiro jogo em que todos os setores do estádio exigiam acesso pela biometria facial, determinação feita pelo clube a fim de extinguir o cambismo. A Real Arenas, empresa da WTorre responsável pela gestão da arena, não concordava com a imposição neste momento e relatou problemas que aconteceram para a entrada de torcedores.
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Vale lembrar que as partes vivem um conflito nos bastidores e trocaram notas oficiais durante a última semana para mostrarem seus pontos de vista sobre o assunto. Enquanto o Verdão alegou que desde o início do ano vinha em conversas com a empresa para adequar o sistema a todos os usuários do Allianz e nada foi resolvido, a Real Arenas diz que a determinação colocada aos torcedores do Passaporte, produto comercializado pela gestora, não daria tempo hábil para que a plataforma funcionasse corretamente com os dados dos palmeirenses.
Para tentar amenizar os possíveis incidentes no dia do jogo, o Palmeiras divulgou um tutorial para que os clientes do Passaporte pudessem cadastrar sua biometria facial no sistema e ativar suas entradas no último domingo (4). Além disso, foram montadas tendas nos acessos do estádio para auxiliar os torcedores com a identificação. Segundo relatos enviados ao LANCE! e ouvidos pela reportagem nos arredores do estádio, a implementação gerou filas, desencontro de informações e uma certa revolta.
Segundo apurou o L!, muitos torcedores do Passaporte Allianz Parque deixaram para fazer seu cadastro na véspera ou no dia da partida. Dessa forma, nem todos os registros entram de forma imediata no sistema, correndo o risco de a identificação não funcionar no momento da passagem do palmeirense pela catraca. Nesses casos, membros da organização permitiam a entrada das pessoas mediante comprovação de dados.
Isso, porém, não impediu que filas fossem vistas no acesso para a Cadeira Central Leste. De acordo com a Real Arenas, as catracas que permitem o acesso via cartão do Passaporte Allianz Parque foram lacradas, exigindo a entrada somente via identificação facial, como o Palmeiras havia adiantado que faria. Ainda segundo comunicado oficial da empresa, os "equipamentos só foram reabertos faltando 10 minutos para início da partida, após determinação da Tropa de Choque, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, temendo o agravamento da situação".
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Confira o comunicado da Real Arenas na íntegra:
"Em relação aos problemas que aconteceram pela exigência da SEP em implementar a biometria facial para os clientes Passaporte Allianz Parque a partir de 4 de junho de 2023, na partida entre Palmeiras e Coritiba, a Real Arenas já havia alertado a SEP sobre os transtornos que poderiam ser causados aos clientes de seu produto em uma migração sem planejamento, fora da plataforma sob gestão da Real Arenas e que não respeitasse os contratos estabelecidos com seus clientes. Infelizmente, o procedimento foi realizado e causou transtornos, que poderiam ter sido evitados, aos torcedores palmeirenses.
Além dos problemas para os clientes do Passaporte Allianz Parque, nossas catracas, que permitem a entrada via cartão, e poderiam atenuar o problema de acesso foram lacradas. Os equipamentos só foram reabertos faltando 10 minutos para início da partida, após determinação da Tropa de Choque, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, temendo o agravamento da situação.
Nossa preocupação sempre foi de ter um sistema com todas as funcionalidades, que são diferentes do produto comercializado pela SEP, testadas e com a segurança garantida.
Esperamos que para as partidas futuras o clube flexibilize e permita uma operação híbrida e a implementação do sistema de reconhecimento facial da Real Arenas para seus clientes e torcedores do Passaporte Allianz Parque".