O time sub-20 do Palmeiras voltou da Holanda nesta semana com o título do Torneio de Terborg e com histórias curiosas para contar. Os jogadores ficaram hospedados em casas de famílias locais, um costume nesta competição, e o volante Matheus Neris e o atacante Guilherme Vieira se surpreenderam ao descobrir que Marcos Rocha foi recebido na mesma casa há alguns anos.
- Eu estava na casa de duas irmãs. Elas estavam me mostrando fotos de anos anteriores e vi o Marcos Rocha em uma foto de quando ele estava na base do Atlético-MG. Eles disseram que ele foi muito gente boa e marcou para elas, por isso guardaram a foto e lembram dele. Eu contei que ele estava no profissional do Palmeiras, mostrei o Instagram dele, e elas ficaram impressionadas, porque não tinham mais contato. Mostrei fotos e ela mandou lembranças para ele. É muito bem ver que um jogador foi lá e abriu as portas para nós que estamos chegando agora - disse Matheus, ao LANCE!.
Ao saber da história, Marcos Rocha pediu ao Palmeiras que consiga telefone ou e-mail da família holandesa para voltar a manter contato.
- Tenho fotos lá em casa. É uma iniciativa muito legal, acrescenta muito a um jovem atleta. Se não me engano, fui em 2007. A família que eu fiquei tinha um cachorro, o Beethoven (risos). Foi ótimo para mim como jogador e como pessoa. Aprendi demais. Que legal que o Palmeiras estava lá e que continuam com esse projeto. Vou querer conversar com os meninos que ficaram lá com a família que me abrigou - comentou o lateral.
Com o título em Teiborg, o Palmeiras completou seis troféus de base no exterior em 2018. Mais do que isso, o clube festejou o fato de suas jovens promessas terem vivenciado uma cultura diferente.
- Eles acabaram vivenciando a cultural local, os hábitos familiares, o dia a dia. É totalmente diferente do que vemos aqui. Para alguns meninos que falam inglês foi superpositivo porque eles conseguiram praticar. Na Holanda eles aprendem inglês na escola desde os quatro anos. É uma experiência que eles vão levar para o resto das vidas deles. Fomos bem acolhidos - conta Eduardo Batista, coordenador administrativo da base alviverde e chefe de delegação.
- A responsabilidade que eles tiveram que ter foi proveitosa. Eles cuidaram do próprio material, colocaram para lavar, e no outro dia tinham de levar para o treino ou jogo. Essas coisas são importantes para formação do atleta. No Brasil, um membro da comissão técnica cuida de cada área. Lá eles tinham a responsabilidade de se alimentar nos horários corretos, controlar os horários de sono. Isso deu uma conscientização grande para eles, uma experiência bem interessante - acrescentou Eduardo.
Os atletas retornaram ao Brasil dizendo que a maior dificuldade de adaptação foi com relação à alimentação, mesmo que os holandeses, acostumados a fazer só uma refeição por dia, tenham mudado alguns hábitos para ajudá-los.
- Às vezes tínhamos de pedir mais comida. Eles tentaram adaptar ao máximo para a gente. Eu falo inglês, então consegui me comunicar, mas os jogadores que não falavam também davam um jeito. Um fato legal é que quando acabavam os jogos, às vezes dois jogos no mesmo dia, chegávamos na casa deles e os nossos "irmãos", os filhos deles, queriam jogar bola. Mas a gente já estava supercansado (risos) - disse o atacante Léo Passos, capitão do Verdão.
- Quando não nos estendíamos colocávamos no tradutor. Eles tinham nosso cronograma do dia, nossos horários. A comida é muito boa, apesar de diferente do Brasil. Não tinha feijão, salada, mas não tivemos problemas com isso. Foi bom que fizemos metas com as famílias, de que se fossemos campeões eles nos dariam presentes, nos levariam no McDonalds. E ganhamos a aposta, foi muito legal. Uma experiência para a vida toda - completou Matheus Neris.