Nesta sexta-feira, completam-se 11 dias desde que ficou definido que todas as competições que o Palmeiras participa seriam paralisada e, com isso, o clube liberou o elenco por tempo indeterminado. Desde então, as redes sociais de Marcos Rocha mostram o jogador com intensos treinos físicos, seguido a orientação de manter o condicionamento.
O lateral-direito aceitou uma parada nas atividades para falar com exclusividade ao LANCE!. Contou como tem sido a rotina sem ter qualquer perspectiva de retorno, do período com Felipe Melo e seus familiares no litoral paulista, na semana passada, das conversas que mantém com o técnico Vanderlei Luxemburgo e até do debate atual sobre a possibilidade de redução do salários dos jogadores por conta da pandemia do coronavírus.
Confira a íntegra da entrevista exclusiva com Marcos Rocha abaixo:
Como têm sido esses dias de treinamento?
Não podemos parar, né? Não sabemos quando a situação vai voltar ao normal. Então, precisamos manter a preparação e, quando voltar, buscar estar 100% o mais rápido possível. Estamos treinando diariamente com personal e seguindo todas as orientações do clube, tanto física quanto nutricional. O clube também tem acompanhado os atletas constantemente. É importante manter a forma física e mental também.
Pelo que é possível ver nos vídeos publicados nas redes sociais, a intensidade dos treinos é até maior do que em uma pré-temporada, quando não há tantos dias assim para trabalhar fisicamente. É só impressão?
Estamos fazendo treinos seguindo as orientações do clube, tanto em intensidade quanto força. Como já vinhamos jogando e já passamos pela pré-temporada, o corpo esta mais acostumado ao ritmo de treino. E a alimentação também faz parte dessa rotina.
Como foi o convívio com o Felipe Melo em Maresias, na semana passada??
O Felipe é um amigo que tenho no futebol, e nossas famílias sempre fazem coisas juntos. Conviver com um cara como ele é muito bom. Estamos aproveitando esse tempo, também, para ficar com a família. Ao longo do ano, não temos essa possibilidade. Já saímos da casa em Maresias. Vim para o sul de Minas Gerais, mantendo isolamento e cuidados e orientações dos médicos.
Como é o monitoramento do Palmeiras com vocês durante a pausa?
Os departamentos médico, físico e nutricional do clube nos acompanham e monitoram constantemente. Não sabemos quando isso vai acabar, e os trabalhos seguem para que possamos estar prontos o mais rápido possível. Todos os departamentos do clube se comunicam constantemente para avaliar a situação e nos passar orientações. O Luxemburgo também mantém contato permanente com a gente, em um grupo que tem todos os atletas.
Você tinha acabado de se recuperar de lesão e voltado a jogar quando ocorreu a pausa. Quanto ele te atrapalha particularmente?
A parada atrapalhar todo atleta, independentemente de lesão, pois nos tira a rotina de treinos específicos do clube e, acima de tudo, o ritmo de jogo. Mas é uma situação muito atípica. Não sabemos o que vai acontecer, e precisamos manter os cuidados com nosso corpo, que é nosso instrumento de trabalho. Voltei muito bem da lesão, sem sentir nada, então já e coisa do passado.
Quanto essa indefinição atrapalha psicologicamente?
O clube liberou por tempo indeterminado, até porque ninguém sabe o que vai acontecer com essa pandemia. As pessoas responsáveis estão analisando diariamente a situação e, assim que nos chamarem, estaremos na ativa o mais rápido possível. Para nós, que temos uma rotina muito agitada com viagens, jogos, concentração e treinos, é impactante ficar em casa, mas precisamos seguir essas orientações para o bem de todos, e buscar na família o melhor amparo psicológico.
Você tem alguém próximo contaminado com o coronavírus?
Graças a Deus, não tenho nenhum contato próximo com pessoas que tenham sido contaminadas pelo vírus. Mas, infelizmente, acompanhamos os casos que vêm acontecendo no mundo todo. Oramos e torcemos para que as pessoas se recuperem e que todos possamos voltar à nossa rotina o mais rápido possível.
Debate-se no momento a possibilidade de cortar salários. O que acha disso?
Esse é um assunto delicado que, inclusive, aumentou o debate nos últimos dias, não só para nós, atletas, mas para a sociedade, como um todo. Precisamos cuidar da saúde das pessoas e saber que todos precisam alimentar sua família e se sustentar. É um desafio grande, mas acreditamos que as autoridades vão buscar a melhor solução para toda a população do Brasil.