Não parecia, mas de fato Peñarol e Palmeiras foi em clima de guerra. Depois de sair perdendo por 2 a 0 em um péssimo primeiro tempo, o Palmeiras melhorou muito, mostrou atitude e bola para buscar a virada por 3 a 2 que o deixa muito perto da classificação na Libertadores.
Até fim, o jogo aconteceu sem problemas, mas foi ouvir o apito final que todo o time do Peñarol foi para cima de Felipe Melo. O meio-campista foi encurralado pelos adversários, Fernando Prass chegou a ser acertado na confusão, que envolveu até funcionários do clube. Nas arquibancadas, as duas torcidas entraram em confronto, como já havia acontecido no primeiro tempo. Após o jogo, porém, foi pior. Palmeirenses chegaram a invadir o setor dos mandantes e houve de fato uma briga.
Um cenário bem diferente daquele do começo no estádio Campeón del Siglo. Eduardo Baptista havia inovado neste jogo e escalou o time com três zagueiros. A opção, treinada durante a semana, fazia o Verdão se defender com uma linha de cinco, incluindo os laterais, mas não teve efeito prático. Sem criar nada, o time ainda acabou prejudicado por sofrer um gol irregular aos 12 minutos, quando Affonso fez falta em Mina, o árbitro Enrique Caceres nada marcou, e o atacante bateu bem: 1 a 0.
O Palmeiras afundou depois disso. Acuado, o time levaria o 2 a 0 com Arias. Se do lado de fora o lance gerou o início do primeiro confronto entre as duas torcidas, em campo parecia sepultar as chances do Verdão em Montevidéu. Da forma como estava jogando o time, não parecia haver resposta para aquela atuação tão ruim.
Pois o técnico acertou ao recorrer a seu recheado banco de reservas para buscá-la. Tchê Tchê, que perdera a vaga para Vitor Hugo, e Willian deram novo espírito ao time – o sempre voluntarioso atacante com três minutos descontou em uma bela jogada e recolocou o Verdão no jogo.
O Peñarol, mais fraco que o atual campeão brasileiro, ficou acuado quando o Palmeiras, enfim, passou a jogar como vai melhor, com marcação alta, trocando passes. Foi assim que o time começou pela esquerda, inverteu o lado, e Jean cruzou para Mina empatar. Um ótimo resultado por ser fora de casa e ainda melhor pelo primeiro tempo ruim. Mas não ficaria nisso: Guerra, que jogou muito no segundo tempo, chutou e no rebote, Willian, de novo ele, marcou para a virada palmeirense.
Com o resultado ouvia-se mais o batuque da torcida do Palmeiras do que os uruguaios cantando. O estádio só fazia barulho para pressionar a arbitragem, pedindo pênaltis ou faltas a favor do Peñarol. Não adiantou. Depois do péssimo primeiro tempo, o Verdão mostrou atitude para virar e jogar bem na etapa final. No fim, teve até o "tapa na cara de uruguaio".
O resultado na guerra de Montevidéu não garante o time nas oitavas, mas o deixa muito perto. Resta um empate nos próximos dois jogos. Eduardo Baptista, bem contestado pela eliminação no Paulista, pode respirar mais aliviado.
FICHA TÉCNICA
PEÑAROL (URU) 2 X 3 PALMEIRAS
Local: Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu (URU)
Data/Horário: 26/4/2017, às 21h45
Árbitro: Enrique Cáceres (PAR)
Assistentes: Eduardo Cardozo e Juan Zorrilla (ambos do PAR)
Público/renda: não disponíveis
Cartões amarelos: Nández, Rodríguez (Peñarol); Edu Dracena, Felipe Melo, Borja, Michel Bastos (Palmeiras)
Gols: Mauricio Affonso, 12'/1ºT (1-0); Junior Arias, 39'/1ºT (2-0); Willian, 3'/2ºT (2-1); Mina, 17'/2ºT (2-2); Willian, 27'/2ºT (2-3)
PEÑAROL: Gastón Guruceaga; Hernán Petryk (Rossi - 42'/2ºT), Yefferson Quintana, Iván Villalba e Lucas Hernández; Marcel Novick (Dibble - 35'/2ºT), Nahitan Nandez, Álex Silva (Ángel Rodríguez - 15'/2ºT) e Cristian Rodríguez; Mauricio Affonso e Junior Arias. Técnico: Leonardo Ramos.
PALMEIRAS: Fernando Prass; Mina, Edu Dracena e Vitor Hugo (Willian - intervalo); Jean, Felipe Melo, Guerra e Egídio (Tchê Tchê - intervalo); Michel Bastos, Róger Guedes (Keno - 44'/2ºT) e Borja. Técnico: Eduardo Baptista.