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Verdão mordido, infiltração e meião branco: 25 anos de um Dérbi histórico

Novamente contra o Corinthians na final do Paulista, clube vai comemorar aniversário do título estadual de 1993. LANCE! relembra histórias daquele clássico contra o maior rival

Evair (Foto: Arquivo LANCE!)
imagem cameraArquivo LANCE!
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 06/04/2018
20:15
Atualizado em 07/04/2018
07:00

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A final deste domingo, no Allianz Parque, será a sexta entre Corinthians e Palmeiras na história do Campeonato Paulista. Das três conquistas estaduais do Verdão em cima do maior rival, a mais marcante é a de 1993, que completará 25 anos no dia 12 de junho.

Aquele título encerrou um jejum na Academia de Futebol de quase 17 anos sem conquistas, com direito a goleada por 4 a 0 na segunda decisão - gols de Zinho, Edílson e Evair (dois). Um desfecho histórico para a conquista que iniciou o período hegemônico do Palmeiras nos anos 90, em parceria com a Parmalat.

Antes da decisão de 2018, o LANCE! relembra histórias daquele Estadual, que contou com provocações, dúvidas, o surgimento de uma nova liderança e a mística em torno do meião branco. Relembre abaixo:

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Time mordido

A semana antes da finalíssima foi tensa. Isto porque o Corinthians venceu a primeira decisão por 1 a 0, com gol de Viola, que na comemoração imitou um porco. A atitude foi pauta de várias conversas do elenco comandado por Vanderlei Luxemburgo durante os dias em que ficou confinado em Atibaia (SP). Até hoje aquele ato é considerado decisivo pelos palmeirenses.

- O lance do Viola foi usado para a gente na preleção, na hora do jogo, trabalhamos muito as provocações. Motivou muito, marcou muito. Entramos mordidos, o Vanderlei (Luxemburgo) usou durante a semana e nos deu ainda mais força. Nosso time tinha superioridade técnica e estrutural, mas no primeiro jogo não aconteceu. Aí no segundo jogo revertemos o quadro - recordou Sérgio, goleiro naquele jogo.


Dúvidas em peças-chave

Evair não começou jogando a primeira final, pois vinha com dores. Foi tratado como dúvida até o segundo jogo, quando saiu como o grande nome, autor de dois gols, incluindo o último, na prorrogação, que selou o título. Mas ele não era o único que temeu ficar fora da partida no Morumbi.

- Eu torci o tornozelo no primeiro jogo, era dúvida para a final. Fomos para Atibaia, chegou na quinta, não consegui me recuperar e acabei tomando infiltração para treinar na sexta. Foi algo muito tenso. Infiltrei, treinei, mas tanto é que depois tinha Copa America e acabei sendo cortado por conta do meu tornozelo que estava muito inchado. Foi jogo de superação mesmo. O pé estava amortecido e no jogo em si, como o Viola tinha feito o gol, o Vanderlei disse nas bolas paradas para eu marcar o Viola, porque tinha boa impulsão, um biotipo parecido. Foi não só superação da lesão, mas uma responsabilidade de neutralizar um dos pontos fortes do Corinthians - contou César Sampaio, ex-volante palmeirense.

Superstição de Luxemburgo

Nas redes sociais, torcedores do Palmeiras brincam dizendo que o time precisa enfrentar o Corinthians no domingo com o meião branco. Isto porque em 1993 Vanderlei Luxemburgo mexeu até no uniforme da equipe, trocando o tradicional meião verde pelo branco, assim como na última conquista do clube, o Paulista de 1976.

A escolha veio a partir de um conselho do vidente Robério de Ogum. Coincidência ou não, a superstição deu certo, e o time com Luxa, 15 anos depois, jogou a final de 2008 com meiões brancos e também acabou como campeão. Títulos na Copa do Brasil de 1998 e 2015 foram outros que vieram com o time usando o uniforme 1 e meião branco.

- Ele era o treinador e a gente como jogador dentro da hierarquia obedece o que ele manda. O Vanderlei tinha suas superstições, o Robério de Ogum também estava próximo a ele, que muitas vezes o consultava. A gente sabe, em termo de crença, o importante é se sentir seguro para um grande desafio, e o Vanderlei tinha o guru dele. Não sei se foi o Robério que pediu para jogar de meia branca, mas ele tinha aconselhamentos e vez por outra mudava camisa, calção, meia... Para mim não influencia nada, era mais a estratégia, o treinamento e a qualidade dos atletas. Mas se for para ajudar, se for para se sentir melhor de meia branca, tudo bem (risos) - brincou Sampaio.

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Surgimento de um novo líder


Antes de subir o túnel do Morumbi para o gramado, Evair tomou uma decisão inusitada: pediu a palavra. Normalmente mais calado, o camisa 9 deu um discurso inflamado, que chamou a mexeu com os companheiros.

- Eu era capitão, geralmente falava, mas o Evair pediu para falar e disse, não com estas palavras, mas o contexto era: "se alguém está com medo, está inseguro, por favor torce o tornozelo na escada, porque quando descer, vou descer com a faixa de campeão". Impactou bastante, porque o Evair era mais calado, introvertido e contagiou todo mundo - explicou Sampaio.

- Ali era o momento que todo mundo tinha de mostrar personalidade. Este discurso do Evair foi marcante - completou Sérgio.

O êxtase

Aquele foi o primeiro título no Verdão tanto do ex-goleiro, quanto do ex-meio-campista. A alegria foi tanta, que o Morumbi virou para Sérgio uma aeronave espacial.

- Lembro quando terminou jogou, eu com 22 anos, conquistando meu primeiro título, o Roberto Carlos tinha acabado de chegar... nós nos abraçamos, com o Tonhão também, e parecia que ali era uma espaçonave gigante, olhando para cima, com o Morumbi redondo. Foi algo que me marcou - relatou Sérgio.


- Não é a minha maior conquista, porque tive títulos continentais e internacionais também, mas considero a mais representativa, porque eu era palmeirense. Foi um sabor especial, uma dupla conquista. Primeiro porque o clube saiu da fila e segundo porque eu era um torcedor- completou Sampaio.

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