Desde o ano de 2000 o torcedor do Palmeiras tem a ferida aberta por ter perdido a final da Mercosul para o Vasco, quando sofreu a virada após abrir 3 a 0 no primeiro tempo. Vinte e três anos depois, o Verdão encontrou outra equipe carioca para minimizar essa lembrança ruim. O triunfo por 4 a 3 sobre o Botafogo na quarta-feira (1) tem um valor sentimental tão grande quanto o resultado no estádio Nilton Santos.
É inegável que todo palmeirense sabe onde estava quando Romário marcou o quarto gol vascaíno e levou o dedo indicador à boca em pleno Palestra Itália, que hoje é o moderno Allianz Parque. Mas os torcedores também nunca esquecerão o que faziam quando Murilo escorou para o gol a falta cobrada por Raphael Veiga, aos 54 minutos do segundo tempo.
Também é verdade que o triunfo sobre os botafoguenses não garante o título, algo que foi perdido contra o Vasco, mas coloca o Alviverde definitivamente de volta na briga pelo Brasileirão. Agora, o Palmeiras está apenas a três pontos do Glorioso que, aos poucos, vai ganhando companhia na ponta da competição nacional.
Na temporada em que mais foi criticado desde que chegou ao Palmeiras, que completou três anos nesta semana, o técnico Abel Ferreira mostrou que o Alviverde, na sua era, pode ser e fazer cada vez mais. E que se muitos não têm esperança, ele tem um plano. Ainda que não seja fazendo o time jogar, mas levando os atletas a acreditarem, como revelou Weverton após a virada.
O Palmeiras venceu o Botafogo e colocou gasolina no Campeonato Brasileiro. Não ganhou título, mas voltou a ter chances reais e o moral elevado para conquistá-lo em algumas semanas. O clube viu sua maior joia (Endrick) mostrar que está sendo lapidada. E, sobretudo, "curou" um dos maiores traumas da sua brilhante história.