WTorre defende modelo acordado com o Palmeiras, mas vive nova crise

Para Rogério Dezembro, partes vivem algumas 'dores do parto de uma linda criança', mas aprova negócio no Allianz Parque. Evento no dia 22 expôs diferenças entre os 'parceiros'

imagem camera(Foto: Ale Cabral/LANCE!Press)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 07/06/2016
21:06
Atualizado em 23/06/2016
12:53
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Parceiros por 30 anos por conta do Allianz Parque, Palmeiras e WTorre batem cabeça repetidamente. Na terça houve o último capítulo desta complicada relação: Rogério Dezembro, CEO do braço de entretenimento da construtora, justificou a sessão de cinema da arena em dia de jogo do Verdão, mas teve sua versão rebatida por Paulo Nobre.

A arena está em funcionamento há um ano e meio, mas as rusgas, troca de farpas e disputas na Justiça entre os parceiros se acumulam. Enquanto o presidente do Verdão diz que o clube não trabalha a quatro mãos com a WTorre, Dezembro disse que falta mais 'amor' no casamento.

- Ter discussão nunca é agradável. O ideal pelos bons resultados que a arena vem gerando para os dois lados era de que tivesse um clima mais amoroso, mas entendemos também, porque estamos falando de um negócio em que é tudo novo para todo mundo. São dores do nascimento de um novo modelo. Estamos ainda sofrendo entre aspas, mas a criança é linda e tem valido a pena - disse Dezembro. 

Nobre, por sua vez, contesta algumas decisões da construtora, como a última, de utilizar o estádio para lançar o filme 'Independence Day: O Ressurgimento' no dia da partida contra o América-MG, que agora deve ser no Pacaembu.

- Acho absolutamente legítimo o torcedor ficar revoltado de o Palmeiras ter que sair da sua casa para ter uma exibição de uma sessão de cinema. Não cabe a mim decidir quais eventos são feitos no Allianz Parque, mas uma coisa é um megashow outra coisa é um evento desse tipo, realmente a torcida está revoltada, estou sendo cobrado - acrescentou, à ESPN.

Enquanto a arena rende boas receitas para os dois lados, Palmeiras e WTorre discutem diversos pontos do contrato na corte arbitral, incluindo receitas. Por contrato, quando o Palmeiras precisa jogar fora de casa, a WTorre deve pagar uma multa: 50% da renda bruta desta partida, além dos 20% do aluguel do Allianz para eventos. A construtora, porém, não tem feito este repasse sob o argumento de que o Verdão também não paga valores considerados de manutenção do Allianz Parque. 

Desde a reinauguração do estádio, o Palmeiras já precisou jogar no Pacaembu sete vezes. Somados os 50% de cada renda bruta, as multas são superiores a R$ 1,5 milhão, mas estima-se que a dívida da empresa com o clube esteja próxima dos R$ 4 milhões porque os repasses de outras receitas do Allianz Parque (porcentagem de naming rights, camarotes, etc.) também não estão sendo feitos. 

O valor que a construtora cobra do clube é referente ao reembolso de custos de dias de jogos, como conta de luz, mais o aluguel de três partidas: os amistosos contra Shandong Luneng e Red Bull, na pré-temporada de 2015 e a despedida de Alex. A cobrança é feita por não se tratarem de jogos oficiais.

'Quando o palmeirense perceber que se ele lotar o Pacaembu e a renda for muito boa, começa a ficar inviável para a WTorre nos tirar da arena. Mas quando o jogo não é no Allianz grande parte da torcida não comparece', Nobre

Em janeiro, a WTorre calculava a dívida também em valor próximo aos R$ 4 milhões. Parte do débito foi quitado pelo clube mediante a apresentação de notas pela empresa, mas a diretoria alviverde segue contestando outras cobranças, como manutenção do gramado. Apesar de tantos problemas, Dezembro reforça que este é o modelo de negócio ideal para as duas partes.

- Se não fosse esse modelo de negócio, qual seria a alternativa (para o Palmeiras)? Gerar uma dívida gigantesca, sacrificando receitas. É o melhor modelo que se tem, disparado, não só clubes do Brasil, mas outros de fora pediram para que replicasse esse modelo. Falamos que ainda não aprendemos tudo - completou Dezembro.

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