Gabrielzinho esbanjou talento e carisma e se tornou o rosto das Paralimpíadas de Paris. Dono de três medalhas de ouro na capital francesa, o brasileiro levou o público da Arena Paris La Défense à loucura com seu jeito alegre e suas danças em comemoração às medalhas. Após fazer história na França, ele falou com exclusividade ao Lance! sobre o sucesso e a preparação para a próxima edição das Paralimpíadas, em Los Angeles.
- Estou muito tranquilo com isso. Costumo dizer que sempre me divirto nas piscinas e isso não vai mudar. O Gabrielzinho alegre e concentrado que todos conhecem se manterá no ciclo para Los Angeles. Vou continuar mantendo meu foco nos treinamentos para sempre representar bem o Brasil - disse.
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Apelidado de "golfinho" pelos franceses pela sua técnica de nado e eleito o rosto das Paralimpíadas pela France2, Gabrielzinho chegou até mesmo a ser comparado a Pelé. Único brasileiro convidado a participar de um programa francês, ele foi apresentado como o "Pelé das piscinas brasileiras" pela principal televisão pública da França. Sobre a comparação, o nadador se disse honrado, mas que ainda está construindo sua história:
- É uma honra. Pelé foi eleito o atleta do século, é conhecido em todo o mundo, é sinônimo de Brasil e, assim como eu, também nasceu em Minas. Mas é sempre bom lembrar que ele fez a história dele e eu ainda estou construindo a minha. Fico honrado, mas é preciso separar as histórias.
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Em Paris, o brasileiro venceu as provas dos 50m costas, 100m costas e 200m livre e bateu o recorde das américas nos 100m costas, com o tempo de 1min53s67. Com as conquistas, ela chegou a cinco medalhas de ouro na carreia com apenas 22 anos. As outras duas são de Tóquio 2020. Tendo uma carreira pela frente para seguir fazendo história, Gabrielzinho está a nove medalhas de igualar o recorde de Daniel Dias e André Brasil, que têm 14 ouros cada.
- Tenho a ambição de sempre dar o meu melhor nas piscinas. Se o meu melhor for o suficiente para alcançá-lo, ficarei muito feliz por marcar ainda mais meu nome na história do esporte paralímpico brasileiro - disse o nadador sobre as marcas de Daniel Dias e André Brasil.
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A campanha de Paris não foi histórica só para Gabrielzinho, mas para todo o Brasil. Foi a primeira vez na história que a delegação brasileira terminou entre os cinco melhores países de uma edição das Paralimpíadas, batendo o recorde de ouros e de medalhas no total. Ao todo, foram 89 medalhas: 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes.
Gabrielzinho vê o resultado como fruto do investimento na modalidade e crê que o Movimento Paralímpico seguirá crescendo.
- O resultado não vem por acaso. É só a gente ver toda a estrutura que o Comitê Paralímpico Brasileiro e os clubes dão para os atletas. Então, entendemos o porquê desta campanha histórica. A tendência é que o Movimento Paralímpico só cresça daqui para a frente - disse o nadador.