#aculpanãoédosmacacos: Ponte Preta promove vacinação e atletas usam escudo da campanha na camisa

Na vitória por 3 a 0 sobre o Náutico, pela Copa do Brasil, clube realizou campanha contra a violência aos macacos e pelo combate à febre amarela, em parceria com o poder público

imagem camera(Foto: Ari Ferreira/Divulgação)
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Lance!
Campinas (SP)
Dia 13/04/2018
17:21
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Na última quarta-feira, noite em que venceu o Náutico por 3 a 0, pelo duelo da quarta fase da Copa do Brasil, a Ponte Preta lançou, em parceria com a Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo e a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, a campanha #aculpanãoédosmacacos. O objetivo foi conscientizar a população sobre a violência praticada contra os macacos, erroneamente culpados pela disseminação da doença quando, na verdade, auxiliam na identificação da circulação do vírus.

A ação começou com aplicação de vacinas de febre amarela para os torcedores, em posto de saúde instalado dentro do Moisés Lucarelli. No duelo, os jogadores entraram em campo com uma camisa sem o escudo do time e a #aculpanãoédosmacacos em seu lugar. A ideia foi "oferecer" o escudo para proteger os macacos contra as agressões. Na entrada, na hora do hino e da foto posada oficial do jogo, o elenco também fez o gesto de "no harm", com os braços cruzados (símbolo de proteção), para divulgar a campanha no gramado.

Nas redes sociais, alguns influenciadores, entre eles o ex-jogador Djalminha, o ex-treinador Muricy Ramalho e o ator e empresário Bruno Gagliasso, também começaram a aderir à causa especial divulgando a #aculpanãoédosmacacos, reforçando a conscientização do combate à doença por meio da vacinação e não da violência contra os animais.

- A Ponte Preta busca atuar sempre em ações sociais e, neste caso específico, ficamos muito felizes em poder ajudar numa questão de conscientização de saúde pública. Além disso, ninguém gosta mais de macaco do que a gente - declarou Eric Silveira, diretor de Marketing da Associação Atlética Ponte Preta.

De acordo com o último Boletim Epidemológico da Febre Amarela disponibilizado pelo Governo do Estado de São Paulo (9 de abril de 2018), foram 714 mortes de primatas não-humanos (PNH) desde julho de 2017. Cerca de 1/3 desses animais estavam na região de Campinas. Entre os humanos, são 433 casos autóctones (infecções no próprio território) e 163 mortes confirmadas pelo tipo silvestre da doença no Estado de São Paulo desde o ano passado, e 1343 casos suspeitos no Brasil todo, do período de janeiro de 2017 a 9 de abril de 2018. Não há casos de febre amarela urbana desde 1942.

No País, o número de macacos assassinados é grande e tem aumentado cada vez mais. De acordo com a Vigilância Sanitária e do Controle de Zoonoses do Rio de Janeiro, foram 253 macacos executados, representando 42% do total de 602 macacos mortos em 2017. Em janeiro deste ano, 144 macacos mortos foram recolhidos pelo órgão, dos quais 99 (69%) haviam sido executados.

- O Governo do Estado tem se empenhado ao máximo para proteger a população contra a febre amarela. Somente em 2018, já vacinamos mais de 7,3 milhões de paulistas e queremos ampliar a cobertura vacinal. Iniciativas como essa, em parceria com a Ponte Preta, nos auxiliam a alcançar mais pessoas não apenas do ponto de vista da imunização, mas também da conscientização sobre a importância de preservar a população de primatas não humanos, fundamental para nossas ações de vigilância epidemiológica e prevenção - afirmou o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip.

Febre Amarela e a História de Campinas

No século XIX, Campinas quase foi erradicada por conta da epidemia de febre amarela urbana, segundo historiadores e pesquisadores. Em 1889, a cidade chegou a apenas 5 mil habitantes e registrou 58 mortes em apenas um dia. O auxílio do Rio de Janeiro, principalmente, e de outras regiões do Brasil foi determinante para a recuperação da população. Lycurgo de Castro Santos Filho e José Nogueira Novaes, autores de "A Febre Amarela em Campinas 1889-1900", destacam nas páginas do livro que a "fênix renascida foi de propósito escolhida como o símbolo da cidade", justamente pelo ressurgimento da cidade como uma potência nacional após o crítico período no fim dos anos 1800.

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