Suécia vence nos pênaltis e elimina as favoritas americanas no futebol feminino

Suecas ganham nas penalidades e agora esperam vencedor de Brasil e Austrália nas semifinais. Pela primeira vez, EUA não chegam à final do futebol feminino nas Olimpíadas

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A seleção americana se reencontrou com Pia Sundhage, nesta sexta (12), no Mané Garrincha, em Brasília. E, desta vez, a técnica, que deu o ouro aos Estados Unidos em Pequim 2008 e Londres 2012, tirou das favoritas qualquer chance de medalha no futebol feminino. Após empate de 1 a 1 no tempo normal, a Suécia, de Sundhage, ficou com a vaga nos pênaltis pelo placar de 4 a 3. É a primeira vez na história do futebol feminino olímpico que os Estados Unidos não chegam à final. Já para a Suécia, segue vivo o sonho de medalhar pela primeira vez na modalidade.

Depois de Lindahl e Hope Solo pegarem as cobranças de Alex Morgan e Sembrant, respectivamente, Press perdeu a quinta cobrança americana e Dahlkvist colocou a Suécia nas semifinais. No tempo normal, Blackstenius abriu o placar para as suecas e Alex Morgan marcou para os Estados Unidos. As europeias agora esperam o vencedor de Brasil e Austrália para saber quem será seu oponente na próxima terça (16), às 13h, no Maracanã.

O JOGO:

Favoritas à conquista da vaga, as americanas começaram o jogo acuando as adversárias. Desde os primeiros movimentos, era comum observar ao menos 20 jogadoras no campo de defesa sueco. Mas, a exemplo do que ocorreu nas duas partidas anteriores, as americanas esbarraram na falta de criatividade e só levaram perigo com Alex Morgan. Primeiro, logo aos três minutos, desviando escanteio cobrado por Heath. Samuelsson tirou em cima da linha. Depois, aos 28, Morgan foi lançada por Pugh, mas a goleira Lindahl fez boa intervenção. A Suécia, por sua vez, não conseguia contra-atacar. Sequer ficava com os rebotes. E nem a sorte parecia estar do lado nórdico. Afinal, a craque do time, Fridolina Rolfo, teve de ser substituída por contusão, aos 18 minutos, pela atacante Blackstenius. Nem isso, porém, fez com que os Estados Unidos tentassem algo diferente das jogadas de bola cruzada pela direita, com Heath, e que tiveram tão pouca eficácia.

Com 0 a 0 após 45 minutos, esperava-se que o jogo mudasse no segundo tempo. E mudou. Não porque as americanas resolveram trocar mais passes e se fazer valer da melhor qualidade técnica de suas jogadoras para se libertar das bolas alçadas. E sim porque a Suécia conseguiu, finalmente, conectar uma jogada de contragolpe. E encontrou a defesa estadunidense muito adiantada, porém dando condição para o avanço de Blackstenius. A jogadora, que parecia ter entrado como um verdadeiro sinal de mau agouro para as europeias, se mostrou uma surpresa do destino ao avançar e bater cruzado sem chances para Hope Solo: 1 a 0 Suécia, aos 15 da metade final de jogo.

A treinadora americana, Jill Ellis, tentou modificar o time para reverter o resultado. Colocou em campo a atacante Dunn e a experiente Rapinoe. E deu resultado. O domínio territorial aumentou e, embora o time não tenha conseguido envolver as adversárias, a pressão se tornou insuportável para as suecas. Aos 32, Lloyd lançou para a área, Dunn desviou de cabeça e o lance não levaria perigo ao gol de Lindahl. Mas Samuelsson, que estivera no lugar certo na hora certa ao impedir gol americano no primeiro tempo, estava, então, no lugar errado na hora errada. A bola explodiu em seu rosto e sobrou no meio da área para Alex Morgan, que bateu de primeira para empatar o jogo.

As americanas ainda tiveram chances para virar o jogo no tempo normal. Aos 38, Dunn fez fila e serviu Lloyd que bateu cruzado, mas Sembrant desviou. Logo em seguida, a mesma Lloyd cortou a marcação na entrada da área e bateu cruzado para grande defesa de Lindahl.  E, assim, a decisão da vaga foi mesmo para a prorrogação.

No tempo extra, a Suécia tentou, nos primeiros minutos, repetir a fórmula que levou ao gol de abertura do placar, mas Schough acabou desarmada na entrada da área após puxada de contra-ataque. Os Estados Unidos também tiveram, aos 10, sua chance em investida de Press que terminou no chute de Alex Morgan defendido pela goleira Lindahl. Mas o cansaço bateu, as pernas pesaram e as oportunidades escassearam. Ainda assim, deu tempo para Horan entrar em campo, estreando a nova regra que permite a quarta substituição em caso de prorrogação. E para a arbitragem fazer lambança, anulando os gols legais de Lloyd (para os Estados Unidos) e de Schough (para a Suécia), já aos 11 minutos do segundo tempo da prorrogação. Morgan e Press ainda finalizaram com perigo, mas não conseguiram garantir a classificação americana antes do apito final.

Vieram então os pênaltis e com eles o apoio da torcida às suecas e as vaias às americanas. E a torcida funcionou: uma das principais jogadoras americanas, Alex Morgan teve sua cobrança defendida pela goleira Lindahl logo na abertura da série. Mas, para desespero da galera, depois de duas cobranças certeiras para cada lado, Hope Solo pegou o pênalti de Sembrant. Cabia a Press colocar os Estados Unidos na frente e jogar a pressão para o outro lado. Mas a atacante  americana bateu a la Baggio. Na última cobrança, Dahlkvist não deu chance a Hope Solo e classificou a Suécia para as semifinais.


Ficha do Jogo:
Estados Unidos 1 x 1 Suécia (3 x 4 nos pênaltis)
Estádio Mané Garrincha, Brasília (DF)
Data/hora: 12/08/2016, às 13h

EUA: Hope Solo, Kelley Ohara (Megan Rapinoe)(Press), Sauerbrunn, Johnston, Klingenberg; Heath, Bryan, Carli Lloyd, Long (Christal Dunn); Alex Morgan, Mallory Pugh (Horan). (T: Jill Ellis)

SUÉCIA: Lindahl, Samuelsson (Berglund), Sembrant, Fischer, Rubensson (Eriksson); Asslani, Seger, Dahlkvist, Fridolina Rolfo (Blackstenius); Schelin, Jakobsson (Schough). (T: Pia Sundhage)

Árbitra: Anne-Marie Keighley (NZL)
Assistentes: Sarah Jones (NZL) e Lata Kaumatule (TGA)

Gols: Alex Morgan (32'/2T); Blackstenius (15'/2T)

Pênaltis: Horan, LLoyd e Brian ; Schelin, Asslani, Seger e Dahlkvist. Perderam: Alex Morgan e Press; Sembrant

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