Nos meses que antecederam o início dos Jogos Olímpicos do Rio, a imprensa internacional colocou em dúvida a capacidade de organização dos brasileiros ao sediarem o maior evento do esporte mundial. Alguns pontos foram postos em xeque, como a contaminação pelo zika-vírus, a qualidade das águas da Marina da Glória e da Lagoa de Freitas e, principalmente, a segurança aos atletas e turistas que estão na Cidade Maravilhosa.
É bem verdade que as competições começaram há menos de uma semana, mas o panorama, antes negativo, começa a se modificar sob a perspectiva dos estrangeiros. Depois dos inúmeros elogios feitos à Cerimônia de Abertura, na última sexta-feira, a ESPN dos Estados Unidos publicou um texto positivo comentando sobre a primeira realização de uma Olimpíada em solo sul-americano.
Assinado pelo colunista Jim Caple, o artigo elogia o espírito caloroso do público brasileiro, as arquibancadas quase sempre cheias e a paisagem natural do Rio de Janeiro. Segundo o norte-americano, se ele estivesse competindo em alguma prova do remo, por exemplo, poderia se distrair com o cenário repleto de montanhas ao se admirar com o Cristo Redentor.
Para Dwayne Taylor, torcedor dos Estados Unidos em visita ao Brasil durante a Olimpíada, a energia do povo local é tão intensa que ele se sente em casa. "Os habitantes são tão bons. Todo mundo cuida de você por aqui. Todo mundo que nos ajudou com os passeios nos deu informações sobre o que fazer e onde fazer", declarou Taylor ao ser indagado pela reportagem da ESPN americana.
Já a imponente Arena do Vôlei de Praia, construída na areias de Copacabana é retratada como 'a melhor já vista' pelo jornalista ao longo da carreira. Afinal, os mais de 12 mil assentos e a altura de 21 metros impressionam para um esporte que, geralmente, não costuma possuir estruturas tão grandes.
O colunista também elogia a segurança. Ainda segundo relato de Caple, nem tudo são flores, já que aconteceram casos de roubo e outros incidentes nos primeiros dias do evento. Apesar disto, o norte-americano se diz seguro enquanto passeia pela cidade. Policiais, militares, voluntários e organizadores estão por todos os lugares e dão a sensação de conforto nas ruas e avenidas do Rio de Janeiro.
"Há muitas forças de segurança, supostamente até mais do que em Londres-2012. Indo do centro de imprensa na área pública do Parque Olímpico, na última terça-feira, vi ônibus após ônibus preenchidos com guardas de segurança, enquanto um grupo de soldados em roupas camufladas passavam por mim. Eles também estão estacionados por todo o parque e locais", assinalou o jornalista que cobre a Olimpíada.
Por fim, dois pontos foram colocados ainda como dúvida para o estrangeiro. Segundo ele, o Estádio do Engenhão, palco das competições de atletismo, fica muito longe do Parque Olímpico da Barra. Fora isso, o transporte também não tem sido um destaque. Entretanto, Caple ressalta que o problema é recorrente em todas as edições dos Jogos.
"O transporte pode ser um problemas às vezes, com desconcertantes rotas, mas que é frequente no caso das Olimpíadas (particularmente em Atlanta-1996). E praticamente em qualquer outro lugar do mundo em torno hora do rush é similar", finaliza.