A Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) apresentou nesta quarta-feira, no Velódromo do Parque Olímpico, a sexta e última versão da Matriz de Responsabilidades dos Jogos Rio-2016, documento que engloba as obras essenciais ao megaevento, como a construção de arenas. O presidente do órgão, Paulo Marcio, afirmou que o total de gastos, de acordo com o que foi desembolsado pelo governo federal, chegou a R$ 7,23 bilhões.
Com a soma dos dados divulgados oficialmente por todos os entes envolvidos na organização dos Jogos, o custo total da Rio-2016 chega a R$ 43,17 bilhões. O número é a soma dos R$ 9,2 bilhões do Comitê Rio-2016, dos R$ 26,74 bilhões de obras estruturais feitas pelo governos na cidade e ainda os R$ 7,23 bilhões da Matriz. Até então, a conta da Olimpíada fechava em R$ 39,1 bilhões.
A versão anterior do documento dava conta de que os gastos essenciais ficariam na casa de R$ 7,09 bilhões. No entanto, o balanço pós-olímpico, entregue com dez meses de atraso, mostra um aumento de R$ 137,4 milhões.
- Quando assumimos a AGLO, em 30 de março, havia pendência de atualização da Matriz de Responsabilidades. A sexta e última. A quinta foi entregue em agosto. Essa correção do valor, na maioria, refere-se a despesa de custeios, água, luz, para realização dos jogos. Havia uma projeção e agora temos os gastos corretos - disse Paulo Marcio.
O governo federal, por meio do Ministério do Esporte, teve uma aplicação de R$ 2,222 bilhões. Isso representa 30,73% das aplicações na Matriz. O governo estadual gastou R$ 7,6 milhões, o que significa 0,11% das aplicações de recursos para a realização dos Jogos. A prefeitura do Rio aplicou R$ 763 milhões, 10,55% dos recursos. Investimentos privados foram de 4,239 bilhões, representando 58,62%.
A última versão da Matriz de Responsabilidade deveria ter sido divulgada em dezembro do ano passado pela extinta Autoridade Pública Olímpica (APO), mas a mudança de gestão na prefeitura do Rio de Janeiro, com a saída de Eduardo Paes e a eleição de Marcelo Crivella, comprometeu a consolidação das informações. A AGLO utilizou dados do Portal da Transparência da prefeitura para apresentar o novo documento.
- A APO sempre dependeu dos dados dos entes. Tivemos dificuldades com a saída da prefeitura do consórcio, em dezembro do ano passado. Passamos a depender dos dados dos gastos da prefeitura na reta final e ficamos impedidos de apresentar a Matriz. Os números, infelizmente, não chegaram até nós - disse Walter Junior, representante da APO, último diretor executivo antes da extinção do órgão.
* A matéria foi modificada em 14/6, às 22h35, com a atualização do valor do Plano de Políticas Públicas, a partir dos dados fornecidos pelos governos municipal, estadual e federal.