O projeto de apoio do Ministério do Esporte a atletas no período posterior à Rio-2016 pode não acontecer. Após um mês como ministro da pasta, Leonado Picciani (PMDB-RJ) suspendeu nesta quarta-feira um edital de R$ 150 milhões ligado à continuidade do projeto, que foi uma das últimas medidas do governo da presidente afastada Dilma Rousseff.
Segundo o portal UOL, mesmo com o ministro anterior, Ricardo Leyser, ratificando que o edital seria fundamental para o legado esportivo, por manter o investimento governamental a atletas e confederações esportivas, Picciani decidiu fazer uma reavaliação da decisão. A medida chamou atenção de integrantes de várias entidades esportivas, caso do diretor-executivo da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, Ricardo de Moura:
- Como estar focado numa reta final de preparação olímpica se não sei como minha confederação vai pagar suas contas daqui a alguns meses? A suspensão sequer foi discutida.
Superintendente de alto rendimento da CBAT (Confederação Brasileira de Atletismo), Antonio Carlos Gomes questionou a falta de diálogo do governo com as entidades antes da suspensão:
- Fiquei sabendo [da medida] porque saiu no Diário Oficial. É muito preocupante. Começamos a desenhar o projeto pós-olimpíada e queremos no próximo ciclo um plano fechado para quatro anos.
Projetos de até R$ 35 milhões paralisados
Segundo o edital, confederações de atletismo e desportos aquáticos teriam direito de receber até R$ 35 milhões para seus respectivos projetos. Procurado pelo site, o Ministério não deu previsão sobre chamada pública, e garantiu;
- A suspensão está em conformidade com a decisão já anunciada pelo ministro Leonardo Picciani de reavaliar contratos e atos administrativos da pasta.
Para o órgão, a Rio-2016 não ficará afetada também desportivamente:
- A suspensão do edital não afeta a preparação dos atletas para os Jogos Olímpicos e os Jogos Paraolímpicos Rio-2016.