Uma publicação na edição de ontem do Diário Oficial acendeu o sinal de alerta quanto à realização dos Jogos Olímpicos. O Rio de Janeiro decretou estado de calamidade pública por conta da organização da Olimpíada, em agosto, e da crise financeira que assola o estado.
A medida foi decretada pelo governador em exercício Francisco Dornelles, que assume o posto interinamente enquanto Luiz Fernando Pezão está afastado por conta de um tratamento de câncer.
No texto publicado no Diário Oficial, o decreto assinado por Dornelles não deixa claro quais serão as mudanças feitas pelo governo para combater os problemas, mas um trecho afirma que “as autoridades competentes editarão atos normativos necessários à regulamentação do estado de calamidade pública, com vistas à Olimpíada”.
O Rio de Janeiro vive uma grave crise financeira desde o ano passado, com atrasos de salários a servidores públicos, dívidas na casa dos bilhões – o déficit orçamentário estimado do estado para esse ano é de R$ 19 bi –, e problemas com a saúde estadual, com, inclusive, o fechamento de hospitais e centros.
Entre uma das principais obras de mobilidade que estão atrasadas para a Olimpíada do Rio, está a Linha 4 do Metrô. O governo estima serem necessários R$ 500 milhões para completar o trecho olímpico.
“(A grave crise financeira) vem impedindo o Estado de honrar com seus compromissos para realização dos Jogos Olímpicos (...). (A crise) pode ocasionar o total colapso na segurança pública, saúde, educação, mobilidade e gestão ambiental”, diz outro trecho do decreto.
Em um evento em Santos (SP), o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse acreditar que todos os problemas serão superados até a abertura da Olimpíada, no dia 5 de agosto.