Carioca de 24 anos, torcedora do Fluminense, a judoca Rafaela Silva está no ápice profissional após a conquista da medalha de ouro em sua categoria, vive ótimo momento pessoal ao lado da namorada Thamara Cezar, mas ainda atarefada com as muitas entrevistas e participações em eventos desde que subiu no alto do pódio na segunda-feira.
Nesta quarta-feira, por exemplo, Rafa participou de manhã da coletiva do COI e da Rio-2016. Depois, de uma tarde de autógrafos na Casa Bra.
No COI, ao lado Leriana Figueiredo - do instituto Reação, onde a campeã começou a vida de Judoca - Rafaela mostrou todo o seu estilo despachado quando perguntou aos dirigentes sobre "o que tinha de falar". Respondeu as muitas perguntas sobre a sobre a sua vida difícil na infância, além de mandar um recado dando força para Joana Maranhão - que assim como ocorreu com a Judoca em 2012 sofreu com ataques nas redes sociais.
Entre um evento e outro, Rafaela Silva, bateu um papo com o L!. Confira abaixo:
Os especialistas comentavam na véspera da sua participação que você seria medalhista desde que entrasse com fogo nos olhos. E quem te via dando aquelas encaradas nas rivais tinha a certeza de que era o seu dia...
Estava mesmo muito focada. Acreditava em mim, embora não estivesse entre as primeiras do ranking. Comecei a vencer e quando passei pela romena sabia que não poderia perder a oportunidade. Na hora da final, muita gente estava falando "olha, Rafa. A mongol foi para a final vencendo a luta em 30 segundos, você teve uma disputa de sete minutos....". Nem quis saber. Olhei a torcida me foquei e fui para cima.
Já deu para sentir algo diferente do público, está sendo mais reconhecida?
Estarei na Vila Olímpica até o dia 13. Então, meu dia a dia é aqui no Parque Olímpico, nos arredores, dando muitas entrevistas. Mas os torcedores aqui estão me pedindo autógrafos, selfies e fotos.
Está prevista uma visita na Cidade de Deus...
Claro que sim. Hoje moro na Freguesia. É perto da Cidade de Deus e espero encontrar assim que puder meus familiares que ainda moram por lá. Minhas sobrinhas sempre perguntam quando eu vou aparecer. Farei uma visita logo.
Você disse que entrou muito nova no judô, com quatro cinco anos. Mas quando, na verdade, você percebeu que era uma judoca acima da média.
O início era mais por brincadeira, uma forma que meus pais tiveram para que eu e minha irmã não ficássemos nas ruas da Cidade de Deus. Mas quando fiz oito anos conheci o Geraldo, meu treinador. Ele bateu o olho e disse que eu e minha irmã tínhamos potencial. E investiu seu tempo na gente. Daí para a frente comecei a competir para valer, influenciei alguns amigos para entrarem no esporte. Pena que algumas meninas engravidaram e tiveram de sair, outros foram para o mundo da criminalidade. Mas segui em frente.
No judô ou no esporte você tem uma grande amiga?
A minha melhor amiga é do judô. A Maria Suellen, que vai disputar o pesado. Ela é de São Paulo, eu sou Rio, mas sempre que vamos disputar competições, ficamos no mesmo quarto. Quando cheguei aqui na Vila Olímpica e vi que estaríamos mais uma vez dividindo o dormitório, fiquei muito feliz, já era um bom presságio. Como cheguei primeiro, peguei meu celular e tirei uma foto do nosso nome na porta. Agora que eu ganhei minha medalha, já falei com ela que este será o quarto medalhas olímpicas. É só ela confirmar a qualidade que tem e ganhar o ouro, mas sem pressão (risos).