* Publicado em 23/11/2015 às 17h08
Os recentes ataques terroristas que abalaram países de Europa, África e Ásia não devem mudar de forma significativa a estratégia de segurança do Brasil para os Jogos Olímpicos do ano que vem, segundo as autoridades envolvidas na organização do evento. Mas um esforço maior no diálogo com a população com o objetivo de evitar o pior em caso de ações deste tipo está na pauta do Comitê Rio-2016.
– Além das equipes de segurança, queremos a população mais preparada mentalmente para atentados. Quanto mais preparado você está, menor a chance de algo negativo acontecer. Em uma eventualidade, saberemos que um alerta ao público tem de ser dado mais rapidamente – disse nesta segunda-feira o Diretor de Comunicação da entidade, Mario Andrada.
De acordo com o executivo, a segurança de quem estiver na capital fluminense durante os Jogos estará garantida, mas será preciso conversar com o público. O governo federal, por meio dos Ministérios da Defesa e da Justiça e de órgãos de inteligência, é o principal responsável pelo combate ao terror nos Jogos.
– Estamos preparados para esse tipo de ataque covarde. O que precisamos ter certeza é de que a população também está. Faz parte da nossa missão tranquilizar, mas também ajudar as pessoas a perceberem que, mesmo em um país que já foi vitima de ataques, como a França, houve gente que eventualmente poderia ter sido salva, mas demorou alguns segundos para reagir – afirmou.
Apesar das palavras, Andrada deixou claro que não haverá nenhuma campanha específica para alertar a população sobre o tema. Ele destacou que a realização de um evento desta magnitude por si só já eleva o grau de dificuldade de eventuais ações, devido ao controle de entrada em todas as arenas durante 24 horas.
– Não acendeu um sinal de alerta, porque já estávamos pensando em um mundo complexo. Temos plena certeza de que os Jogos de 2016 serão um palco grande para boas e más ideias. Sempre estivemos preparados para esse tipo de resposta. Muda é que a população fica mais preocupada, com toda a razão. O perigo fica mais próximo – disse o diretor.
Neste mês, militantes do Estado Islâmico reivindicaram a autoria de ações coordenadas que deixaram 130 mortos em Paris (FRA). Mali, Líbano e Nigéria também foram alvos.