Aprovado em entrevista, novo técnico da base do Santos quer manter DNA

Marcos Soares foi contratado pelo Santos há menos de um mês, após deixar currículo no clube e passar por processo seletivo para o sub-20. Ao L!, ele explica gosto por ofensividade

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Os tempos são duros. Dólar em alta, aumento da taxa de inflação, disparada dos índices de desemprego, crise política e poucas (além de distantes) perspectivas. Há um mês, Marcos Soares, carioca de 40 anos, estava entre os 7,6% de brasileiros em busca de recolocação no mercado. Afinal, os tempos são duros. As dúvidas e questionamentos se acumulavam, até que uma boa oportunidade apareceu e mudou a vida deste brasileiro.

– Eu vim fazer um estágio com o Dorival Júnior em setembro e deixei meu currículo aqui no Santos. Não custava nada. Depois de um tempo me ligaram perguntando se me interessaria fazer uma entrevista com opção de emprego no sub-20. Era uma oportunidade de demonstrar o que eu acho de futebol – conta Marcos, em mais de 40 minutos de entrevista ao LANCE!.

Marcos veio ansioso para a entrevista de emprego duas semanas depois de o Peixe decidir dispensar Pepinho Macia, filho do ídolo Pepe, e até então técnico dos juniores. Falou por 40 minutos, com apoio de projeções e vídeos, foi questionado por mais 20 por Ronaldo Lima (gerente da base), Dagoberto Santos (superintendente de esportes) e até Dorival, o técnico do time principal. Na saída da sala do CT Rei Pelé, ouviu agradecimentos e viu outro profissional entrar para a tal entrevista de emprego. Foram cinco que tiveram essa chance, mas Marcos Soares acabou escolhido como novo técnico do sub-20 do Santos.

– Futebol não é só ver se o cara parece bom. Eles pegaram minhas ideias de futebol e por algum motivo que eu não sei fui escolhido – diz o treinador, que já encara cobrança por DNA ofensivo na Vila Belmiro:

– Ninguém da diretoria me falou, mas é nítido. Se você vai trabalhar em um clube precisa chegar sabendo a história, e no Santos é futebol para frente, gostoso de ver. Eu coloquei o Caio, que jogava de atacante aberto, como segundo volante. Meu lateral-esquerdo, o Matheus, era um meia-atacante. A gente ganha nessa qualidade deles, e quanto mais eu puder jogar para frente será melhor – avisa Marcos.

Neste sábado, às 16h, os Meninos da Vila sob nova direção enfrentam o Red Bull pela volta das semifinais do Campeonato Paulista sub-20. O resultado mais importante que Marcos Soares quer alcançar pode não ser hoje, mas terá forma de raio.

Técnico orienta para reta final (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo)


QUEM É ELE?

NOME:
Marcos Alexandre de Souza Soares
NASCIMENTO: 30/7/1975 - Rio de Janeiro (RJ)
PROFISSÃO: Treinador de futebol do Santos na categoria sub-20 (júnior)
HISTÓRICO: Brasiliense (2007-2010, 2011, 2014, como técnico dos profissionais, técnico do sub-20, auxiliar e gerente de futebol), Santa Maria (2010), Ceilandense (2011), Brasília (2010, 2014) e Grêmio Anápolis (2015)
TÍTULO: Campeonato Candango (2011)
COMO JOGADOR: América-RJ (1996), Mesquita (1997/98), Serrano-RJ (1999), Atlético de Alagoinhas-BA (2000/01), Oliveirense, de Portugal (2001/03), Espinho, de Portugal (2003/04), Terengganu, da Malásia (2005/06), Guangzhou, da China (2006), Brazlândia (2006) e Dom Pedro (2007).

VEJA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

Você está há menos de um mês no Santos. Quais são suas primeiras impressões sobre elenco e estrutura?

O elenco é muito diversificado. Tem qualidade, mas precisa de ajustes e mais peças em algumas posições. É longe de ser um elenco ruim, mas é carente em alguns setores. Precisamos melhorar, ainda mais que vamos perder alguns jogadores de 1995 no ano que vem. A estrutura é de razoável para boa, tem bom campo para treinar, bom material de trabalho, comissão técnica é muito bem preparada, estudiosa, a gente faz reuniões, debates de alto nível. O apoio da diretoria da base e do profissional é integral, troca de informações, reuniões periódicas. O apoio ao nosso trabalho é incondicional, porque a ideia do Santos é mais de revelar jogadores do que de ganhar títulos, mas se puder ter os dois será ótimo. A prioridade é conseguir melhorar o jogador para chegar no profissional da melhor forma possível, para o treinador do profissional perder o mínimo de tempo.

Como foi a chegada ao Santos?
Eu vim fazer um estágio aqui com o Dorival e deixei meu currículo. Não custava nada. Depois de duas semanas o Pepinho saiu e aí não sei quanto tempo depois me ligaram, o Ronaldo (gerente da base) perguntando se me interessaria em fazer uma entrevista com opção de emprego no sub-20. Ele me disse que tinha escolhido currículos de um determinado número de profissionais e estava chamando para entrevistas. Era uma oportunidade de demonstrar o que eu acho de futebol e conversar com eles. Então preparei um material sobre o que eu acho que tem que ser um treinamento, metodologia, dei explanada de 40 minutos e eles me arguiram por mais 20, em torno disso. Achei muito legal esse processo seletivo, porque logo depois de mim entrou outro. Foram quatro ou cinco que vieram aqui, mas achei que isso é muito profissional, entrevistar uma pessoa e ver se ela está preparada. Futebol não é só ver se parece bom. Eles pegaram minhas ideias de futebol e por algum motivo que eu não sei fui escolhido.

O que você falou para convencer as pessoas do Santos?
Eu falei sobre metodologia de treino que eu gosto de usar, formas de jogar, modelo de jogo. Só se fala em esquema tático, mas há um modelo dentro daqueles números: como vamos treinar para executar? Como atacar? Como defender? Transição ofensiva, transição defensiva, ataque, defesa. Botei alguns vídeos de trabalhos meus, projetar, fazer as coisas com calma. Métodos de treinamentos e formas de jogar, em resumo. Tentei sintetizar e não ser entediante.

E quando te chamaram de fato?
Entrevistaram numa segunda e numa terça, eu fui o penúltimo. Moro em Brasília, deixei minhas coisas no hotel aqui em Santos, fiz entrevista, era dia de Brasil contra Venezuela, estava para começar o jogo e aí recebi a notícia umas 21h30 dizendo que tinha sido aprovado. Dagoberto, Ronaldo, o próprio Dorival estavam nas reuniões.

Como é chegar em uma base tão cobiçada como é a do Santos?
Eu trabalhei muito tempo em Brasília, profissional e base, e Goiás, e pela primeira vez vou ter oportunidade de trabalhar no que realmente chamo de futebol, que são os grandes, a Série A. Por mais que seja base o foco é diferente, a estrutura é diferente, o respeito é diferente, o acesso às informações. Minha meta é se puder ficar formando jogador para o Santos por longos anos será um prazer enorme. Ter de certa forma uma estabilidade, porque no profissional todo domingo você pode ser mandado embora. Mas na base é diferente, não tem essa loucura. Chegar ao Santos foi um passo importantíssimo. Tenho muito o que aprender, evoluir, mas quero desfrutar o máximo.

Você teve pouco tempo para preparar o time para as finais do Paulista sub-20. O que muda com a falta de tempo?
Sem dúvida não é o ideal. Eu não conhecia nenhum atleta do Santos e cheguei em uma semana de jogo contra o Guarani, que classificou para pegar o Palmeiras nas oitavas de final. Me deram os DVDs, mas tive pouco tempo. O foco realmente não é ser campeão paulista. Se for, ótimo. Mas o foco é melhorar o time coletivamente e individualmente, para formar jogadores para o profissional do Santos. Aqui no Santos há o diferencial do jogador ser revelado e ter oportunidade no profissional. Em outros lugares não há chance nem quando o time é campeão de Copa São Paulo, por exemplo. Aqui no Santos há esse prazer, não importa a diretoria. O Dorival, que é o treinador do momento, adora isso. É uma oportunidade única para eles e para mim, de trabalhar nessa ponte.

O Dorival está sempre presente? Qual sua relação com ele?
Eu conheci o Dorival em 2011, quando eu era do Brasiliense, na Série C, e ele do Atlético-MG, na Série A. Tivemos jogos em Minas Gerais na mesma semana e ficamos no mesmo hotel. Quando eu cheguei do meu jogo e ele ainda não tinha saído para o dele a gente se conheceu e pôde conversar um pouco. Não mantivemos muito contato depois, mas em 2012 a gente se reencontrou no Footecon, e pedi oportunidade de assistir pré-temporada no Flamengo. Fiquei 15, 20 dias, e ali a gente estreitou relação, interagir bastante, trocar informação, o Dorival tem uma mente muito aberta sobre melhoras do futebol. Aqui nesse estágio que fiz no Santos continuamos. Para mim está sendo mais fácil por existir esse laço, porque treinamos no campo ao lado, mora perto, a gente se encontra, conversa por telefone. A preocupação dele é intensa para saber de todas as categorias. Ele adora ver o sub-15 jogar, por exemplo. Ele quer ajudar, se reúne mensalmente com todas as categorias. Essa interação é total e parte também do Dagoberto como diretor geral, de o Santos ser uma coisa só, não tem diferença. É fazer o melhor para quando chegar lá em cima o Santos ter um lucro de fabricar seus jogadores.

Você também tem experiências de estágios fora do país, como o Dorival. Como foram?
Eu estive em 2012 na Espanha, por 40 dias. Não assisti treinos do Real Madrid, só jogos, mas vi treinos e jogos do Barcelona, do Rayo Vallecano, do Atlético de Madrid e do Espanyol. Eu falo o idioma deles, então batia na porta deles de terno e gravata e muita gente me ajudou. O Diego Costa me abriu as portas no Rayo, o Phelipe Coutinho no Espanyol, o Luis Pereira no Atlético. No Barcelona tinha indicação do Evaristo de Macedo, aí conversei com o pessoal de lá. É importante demais poder trocar ideia em alto nível, bem embasado. Você vê que existem maneiras diferentes e que você pode pegar o que eles têm de melhor e adaptar para sua realidade. Em outubro de 2013 fiquei com o Guardiola no Bayern de Munique, e trocar ideia com ele sobre futebol, as razões de dar treinos, isso enriquece demais. Passei alguns dias no Corinthians também. Você se desenvolve muito. Está muito na moda falar que não vale nada, que é para tirar foto. Mas foto é uma bobagem, todo mundo tira. O Guardiola é uma celebridade, um ícone, é natural. Não é nem fã, é dividir um momento. Isso me enriqueceu para dar uma palestra como eu dei para os dirigentes do Santos, porque vi onde podia melhorar lá atrás e melhorei.

Acredita que haja uma mudança no perfil de técnicos do Brasil? Se dá mais valor ao aspecto tático?
Está caminhando para isso. As pessoas estão vendo que você apenas ter jogado ou apenas ter estudado não resolve nada. É necessário botar em prática, estudar mais, progredir sempre. O próprio Tite é praticamente campeão brasileiro e pensa em continuar evoluindo, tenho certeza. Muricy, multicampeão, foi para fora. Quanto mais conhecimento, melhor. O trabalho do treinador hoje é muito intenso, é o tal do treinamento sistêmico, em que tudo envolve jogo, prepara para jogo, e por aí que está caminhando. Mal ou bem o 7 a 1 abriu espaço para um outro nível de discussão, de melhorar o futebol brasileiro. Leva um tempo, mas o brasileiro vai pensar diferente. Não é pior ou melhor, é diferente.

E como foi a sua carreira de treinador até o momento?
Parei de jogar em 2007, com 31 anos. Aí sempre tive ideia de trabalhar do lado de cá, na comissão técnica, sempre observei bastante treinador. Aí me veio a oportunidade de fazer estágio no Brasiliense no mesmo ano, em agosto. Rapidamente eu agradei de alguma forma e com um mês virei o auxiliar técnico da casa. Passei quatro anos no Brasiliense, auxiliar técnico de 12 treinadores, fui gerente de futebol por uns oito meses, treinador do sub-20, até chegar em 2011 ao profissional e ser campeão distrital. Foi quando vim para Série C, mas depois optaram por contratar o Argel. Aí fui rodar. Sobradinho, Brasília, onde montei equipe sub-20, Santa Maria, onde também fui campeão invicto. Foi pouco tempo, mas foi bom trabalhar com a molecada. Depois fui para o profissional do Brasília, montei o time que ganhou a Copa Verde do ano passado, mas fui tirado invicto, coisas do futebol brasileiro. Voltei para o Brasiliense em 2014, aí montei o time da Série D, fizemos boa campanha, mas fomos eliminados nas quartas de final, nos pênaltis, perdendo só um jogo. Aí esse ano trabalhei no Anápolis e essa é minha carreira de técnico.

E agora é a primeira vez que você sai da região?
Sonho há muito tempo, me preparo e estudo há muito tempo, para poder sair de Brasília. Sair talvez não seja a parte mais difícil, mas já é, porque ninguém sabe que você existe trabalhando lá. Talvez se tivesse conseguido acesso alguém me conhecesse, mas não. Me preparei para ter oportunidade e abraçar, e fico feliz de ter oportunidade de mostrar meu trabalho. Gastei meu dinheiro estudando, viajando, investi meu tempo estudando, me preparando, fuçando para aprender mais. E valeu a pena.

Você sentiu sua carreira travada em algum momento?
Muitos. Agora mesmo eu estava sem trabalhar há cinco meses. Já fiquei outra vez sete, oito meses. A carreira de treinador é muito difícil, muito instável, ainda mais em começo de carreira em times pequenos. O começo é muito difícil. Se não tenho apoio dos meus pais, minha mulher, minhas filhas... Minhas filhas me incentivam, mas ainda não sabem o que é dinheiro, o trabalho que precisa para ter as coisas em casa. Minha mulher apoiou, meu irmão, meus pais. Sem isso eu não teria chegado aqui. Pensei em fazer outras coisas, a sorte é que não achei. 

Como foi seu trabalho com a seleção do Irã na Copa do Mundo de 2014?
Eu fui coordenador de logística do Irã durante a Copa do Mundo. Qualquer problema da Fifa, do COL, organização de aviões, ônibus, escolta, CT. Tudo o que o Irã precisava no Brasil era comigo. Estava dentro do campo nos treinamentos, fiz amizade com Carlos Queiroz. E vivenciar Copa do Mundo é fantástico, fui em preleções, participei de tudo e foi de grande importância para o meu crescimento. Participei do sorteio da Copa, de workshop, e me vi de repente em roda com Fábio Capello, com Vicente del Bosque, Fernando Santos, Deschamps, Van Gaal. Pô, legal estar cinco minutos trocando ideia, porque sempre tem alguma coisa para entrar na sua cabeça. Você entende a correria absurda que é uma Copa do Mundo. Experiência muito rica.

Recentemente houve um técnico de Seleção de base que pregava uma cartilha de comportamento para os jogadores. Como lida com a questão disciplinar?
Eu não sou muito favorável a extravagâncias, mas cartilha de base tem que partir de diretoria, gerência, não de treinador. Acho que o treinador perde um pouco do bem estar do treino discutindo essas coisas. Ele tem que implantar a filosofia que a diretoria quer, mas não criar isso. Sou a favor de disciplina, acho que precisamos tirar vários vícios de jogadores brasileiros que já chegam viciados no profissional, então temos que ajudar o treinador. Eu não posso ter uma filosofia e o sub-17 outra, as coisas têm que ser únicas. Metodologias de treinamento e tudo, para que no profissional seja mais fácil. Isso serve para disciplina, e sem disciplina nada funciona, porque é necessário um comprometimento na parte moral. Não sei quantos do sub-15, 17 ou 20 vão chegar lá, mas precisam ser preparados para serem homens.

Qual é o estilo do jogo do Marcos Soares?
Eu gosto de jogar mais no 4-2-3-1, que é como o profissional joga, gosto de pressão imediata quando perde a bola, recomposição. Gosto que todos os jogadores auxiliem na defesa, acabou aquele negócio de laterais, zagueiros e volantes marcam e o resto olha. E consistência é muito importante. Não adianta fazer momentos do jogo bons, porque quando faz um ruim você toma gol, e retomar é muito difícil no futebol. Tomar um gol é muito fácil, até construir, tirar vantagem, é difícil. Tentar ser mais consistente é fundamental. Na base há muita oscilação, o jogo muda de característica a cada sete ou oito minutos. É necessário que os jogadores aprendam que o jogo precisa ser mais consistente. Mas não adianta pressionar, porque o peso é no profissional, aqui é formação. Minha ideia é que eles se sintam soltos, alegres. Se eu jogar campeão, retrancadinho, não vou fazer jogador subir. Mas se eu puder fazer algo diferente, e até já mudei alguns jogadores de posição, vou dar ganho para o Santos. Agora temos jogo com Red Bull, precisa ganhar, mas não podemos nos precipitar. Tomar a decisão tenho trabalhado bastante. Ensinar o jogador a hora de tomar decisão, então gosto de interagir com eles, botar no quadro, explicar as dúvidas deles... Tem muita coisa para trabalhar e estamos fazendo o melhor.

Há cobrança por futebol ofensivo no Santos?
Existe. Ninguém da diretoria me falou, mas é nítido. Se você vai trabalhar em um clube precisa chegar sabendo a história, e no Santos é futebol para frente, gostoso de ver. Eu coloquei o Caio, atacante aberto, de segundo volante, e já partimos disso, é futebol para frente. Meu lateral-esquerdo, o Matheus, era um meia-atacante. A gente ganha nessa qualidade deles, e quanto mais eu puder jogar para frente será melhor.

Como formará o elenco de 2016, que você disse ter várias lacunas?
Não podemos trazer de outros lugares para a Copinha porque já acabou a inscrição. Mas vamos subir alguns jogadores, como o Arthur, que já subiu. Mas uns cinco devem subir. Os que são de 1995 vão embora, mas o trabalho é a longo prazo, estou pensando em Copa São Paulo. Meu time de hoje tem nove jogadores de Copa São Paulo de 2016, tem um garoto 1998 no time. Quanto mais novo o menino estiver no time melhor, mais tempo para modelar. Os de 1995 estão saindo da minha mão. Meu trabalho é colocar o jogador em boas condições para subir.

Você teme que a falta de resultados prejudique seu trabalho de formação?
No futebol você é avaliado por várias visões diferentes. Aqui vão me avaliar pelo grau de evolução do time e dos jogadores, mas para imprensa e torcida se eu não ganhar título vão dizer que eu não presto. Quem está aqui dentro está preparado para me avaliar, mas quero fazer o melhor para o Santos. É claro que eu quero ganhar títulos, mas se não ganhar todos e levar mais jogadores para o profissional, melhor para o Santos.

Acredita que a falta de sequência do trabalho de treinadores tem a ver com problemas de gestão?
Todos têm que evoluir. Quem é técnico precisa entender um pouco de gestão e quem é de gestão tem que entender de futebol. A pessoa precisa entender o meu trabalho. Lá fora é assim e aqui dentro precisa ser, os profissionais entendendo modelo de jogo, tudo o que a gente já falou. Aqui, meu primeiro time de elite, já é assim. Um dia eu vou sair do Santos, para melhor ou para pior, mas não posso reclamar da gestão, porque as pessoas daqui sabem de futebol.

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