Dois meses após se livrar do impeachment graças ao voto dos associados, o presidente José Carlos Peres novamente será confrontado pelo Conselho Deliberativo do Santos, em reunião nesta terça-feira, na Vila Belmiro. O último relatório do Conselho Fiscal do clube apontou um déficit de R$ 63 milhões referentes ao terceiro trimestre e traz duras críticas à gestão.
A previsão para o período de 2018 era de lucro de R$ 74.641.799,44, mas houve um déficit de R$ 63.678.537,09, totalizando uma diferença negativa de R$ 138.320.336,53 (de -185,31%). Os valores estão detalhados no relatório ao qual a reportagem teve acesso.
O presidente também terá de explicar o aumento na folha salarial e no número de funcionários desde novembro de 2017 - de apenas 2,7%. Em conclusão do parecer, o Conselho Fiscal foi duro: "A carroça ultrapassou em muito os bois". Foram criados cargos sem o término do trabalho da empresa de auditoria contratada por R$ 400 mil no início da gestão do presidente Peres.
De acordo com a conclusão do relatório, houve um aumento de 18% nos gastos com salários de funcionários, contradizendo o discurso do mandatário de cortes de gastos para sanar os problemas financeiros do Peixe. O parecer aponta uma preocupação "com a falta de definição sobre o número a ser atingido no quadro de colaboradores e/ou de atletas".
Há uma preocupação com uma possível necessidade de reestruturação do Peixe com o fim do trabalho da empresa de auditoria. "Inúmeras rescisões deverão ser feitas, com custos certamente muito elevados". Desde novembro de 2017 até setembro deste ano, a folha salarial dos atletas profissionais subiu em 17,1%. Atualmente, é de R$ 5.386.519,48.
Na reunião desta terça-feira, a gestão de Peres tentará aprovar o orçamento para 2019. Não será a última vez que o Conselho Deliberativo do Santos se reúne em 2018. Um encontro extraordinário ainda deve acontecer para a votação do novo regimento do Comitê de Gestão.