Celso Jatene foi aclamado como presidente do Conselho Deliberativo do Santos para o triênio entre 2021 e 2023. Sem concorrentes para a função, ele já foi empossado em assembleia virtual realizada nesta segunda-feira (21). Advogado, político e ex-presidente da Torcida Jovem, uma das principais uniformizadas do Peixe, o conselheiro efetivo do Peixe ocupará o principal espaço da Mesa Diretora pela primeira vez.
Jatene ingres do Conselho Deliberativo santista aos 27 anos de idade, sendo que já era sócio desde os 16. Após 20 anos ininterruptos ocupando uma cadeira no Egrégio, foi efetivado. Atualmente, faz 34 anos que o novo presidente faz parte da casa.
- Dei o meu melhor, em alguns momentos tive dificuldades de participar de reuniões, porque fui vereador em São Paulo por 20 anos, com um hiato que foi o período que fui Secretário de Esportes, quase três naos e meio, de 2013 até março de 2016, que foi o período mais difícil para eu participar das reuniões. Mas, pra mim é uma honra ter sido escolhido presidente do Conselho do Santos Futebol Clube - disse Celso ao fim da assembleia, quando relembrou a sua trajetória no Conselho Deliberativo.
Em 2001, Celso Jatene teve o primeiro contato com o Poder Legislativo na cidade de São Paulo. Atual líder do "congressos santista", o advogado foi eleito vereador na capital paulista, sendo reeleito nos três mandatos subsequentes. Em 2013, se afastou do cargo para assumir a Secretaria Municipal de Esportes. Em 2020, optou não lançar o seu nome para mais um mandato, a fim de dedicar mais tempo para a vida pessoal. Com isso, também veio a disposição para encabeçar o Conselho Deliberativo do Santos.
Um dos cabeças do "Movimento dos Santistas", grupo que impulsionou a chapa "União pelo Santos", que elegeu Andrés Rueda à presidência do Peixe, em eleição realizada no dia 12 de dezembro, Jatene teve o seu nome vinculado como possível representante do coletivo à presidência, antes do anúncio de Andrés. Celso afirma que foi comunicado sobre a possibilidade de fazer parte do Comitê Gestor, grupo responsável pelas decisões colegiadas no Executivo do Alvinegro, mas preferiu atuar no Conselho.
- Quando fui consultado, preferi tocar os desafios do Conselho do que fazer pate do CG - pontuou Jatene.
Paralelo com a vida pública
Após 19 anos de atuação na vida pública paulista, o novo presidente do Conselho Deliberativo do Santos chegou a ocupar a linha de frente da Câmara Municipal de Vereadores em São Paulo, como a vice-presidência, segunda vice-presidência, secretaria e segunda secretaria, além de liderança de bancada, presidência de comissões e relator de uma CPI.
- Da experiência do Legislativo, o que trago é você ser o mais transparente possível. Ser conselheiro não é um cargo pessoal, pra você ter benefícios e privilégios. Pelo contrário, ser conselheiro é uma missão que o torcedor e associado te deu, pra você cuidar do Santos pra ele - falou o novo presidente do Conselho Deliberativo.
Durante os três anos à frente da Secretaria Municipal de Esportes na capital paulista, Celso Jatene foi o porta-voz do governo a fim de estreitar a relação com o Santos para a venda do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, em um processo de transição do equipamento do poder público para o privado. Contudo, o presidente santista à época, Modesto Roma Júnior, não mostrou interesse, causando o que Jatene classifica como "grande frustração". Em setembro de 2019, o consórcio "Allegra" assumiu o controle do estádio por 35 anos.
- Na administração pública, a minha grande frustração é que eu fui o porta-voz de prefeitura de São Paulo para oferecer o Pacaembu para o Santos, ofereci duas vezes para o Modesto Roma e nas duas vezes ele disse que não tinha interesse. Nós perdemos o bonde do Pacaembu. Agora não dá mais tempo pra gente ir atrás, porque a concessão já foi feita. Foi uma pena, foi a grande frustração que eu tive quando fui secretário - externou Celso Jatene.
O Conselho Deliberativo do Santos conta com 300 nomes. Além dos natos, efetivos e honorários, 200 conselheiros são eleitos a cada três anos, ingressando à função de acordo com a proporcionalidade dos votos que a chapa em que faz parte recebe na eleição presidencial. Para os próximos três anos, os conselheiros eleitos são totalmente vinculados ao grupo do atual presidente, Andrés Rueda, que tende a fazer uma administração tranquila até por não ter oposição, diferentemente do mandato que se encerrará no dia 31 de dezembro, que contou com divergências públicas entre o presidente e o vice e terminou em impeachment de José Carlos Peres do cargo máximo do clube em novembro, após afastamento no fim de setembro.
* Sob supervisão de Vinícius Perazzini