Conselheiros do Santos protocolam pedido de impeachment de Peres

Liderados por Alexandre Santos e Silva, eleito pela chapa de Modesto Roma Júnior, grupo pede saída do dirigente por portaria que estaria 'contra norma estatutária'

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Conforme antecipado pelo LANCE!, um grupo de conselheiros do Santos protocolou na tarde desta terça-feira um pedido de impeachment do presidente José Carlos Peres.  Sob a liderança de Alexandre Santos e Silva, conselheiro eleito pela chapa do ex-presidente Modesto Roma Júnior, eles entregaram a carta de 14 páginas à mesa do Conselho Deliberativo, presidida por Marcelo Teixeira, que agora terá cinco dias para encaminhar o requerimento dos opositores à Comissão de Inquérito e Sindicância. 

Neste primeiro pedido, os 22 signatários alegam que Peres teria "agido contra a norma estatutária" ao criar uma portaria determinando que todas as contratações do Santos só poderão ocorrer "mediante determinação prévia e expressa"  do presidente. O documento questiona ainda inúmeras demissões da gestão de Peres, justificadas pelo dirigente como corte de gastos, e a saída do executivo Gustavo Vieira, que após ser demitido alegou que não conseguia contato com a diretoria, que tampouco se entendia entre si.

Outras alegações que, para os opositores, motivariam o impeachement são o acerto com a TV Globo para a transmissão de jogos em TV aberta e pay-per-view de 2019 a 2024 e o fracasso na transferência do zagueiro Lucas Veríssimo para o Spartak Moscou, da Rússia, "que implicaria em importante receita para o clube". Tudo isso, na visão da oposição, contribui para a "necessidade do impedimento do presidente". 

Agora, a Comissão de Inquérito e Sindicância terá cinco dias para avisar José Carlos Peres do pedido de impeachment contra ele. O presidente, então, terá dez dias para apresentar sua defesa e as provas que desejar. Esgotado tal prazo, a mesma comissão emitirá parecer em até sete dias e o entregará ao presidente do Conselho, Marcelo Teixeira. Decorridos todos esses dias, o presidente da comissão apresentará em reunião extraordinária do Conselho o parecer, depois de explicado o motivo do pedido e dada a palavra a Peres. Os conselheiros, então, votarão a favor ou contra o impedimento.

Caso o impeachment seja julgado como procedente por dois terços do conselho, a proposta será encaminhada para a Assembléia Geral, que decidirá, de maneira irrevogável, a sentença. Vale destacar que o vice-presidente Orlando Rollo é quem assume o cargo em caso de impedimento.

A diretoria do Santos respondeu ao pedido em comunicado enviado à imprensa:

"O Santos FC esclarece que todos os atos de seu Presidente, Vice e Comitê de Gestão estão absolutamente de acordo com o Estatuto do Clube. A portaria referida no pedido de impedimento, ao contrário do que se afirma, somente reforça a prerrogativa do presidente do Comitê de Gestão de fazer cumprir todas as decisões por ele tomadas, retirando totalmente dos níveis gerenciais do clube qualquer possibilidade de contratação ou demissão de funcionários sem a expressa aprovação do presidente. Até por isso, o pedido apresentado, curiosamente por um conselheiro de uma chapa derrotada em dezembro, não traz preocupação à presente gestão, porque não condiz com a verdade dos fatos."

Outro pedido também pode ser protocolado
Peres também deve ter de responder e se defender de outro pedido de impeachment ainda não entregue à mesa do conselho. O presidente santista é sócio da Saga Talent Sports & Marketing, fundada em 2005, cuja finalidade é apontada pela oposição como o agenciamento de jogadores profissionais e não profissionais, algo expressamente proibido pelo estatuto.

No objeto social da empresa, aparece apenas "criação de estandes para feiras e eventos" e Peres alega que a empresa nunca funcionou. Embora não exista nenhum registro de encerramento na Junta Comercial de São Paulo. Além disso, Ricardo Marco Crivelli, o Lica, aparece como um dos sete sócios. Lica foi nomeado por Peres para ser o gerente da base do Alvinegro.

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