César Sampaio, Vampeta, Mauro Silva e outros volantes que fizeram sucesso nos anos 90 já não inspiram os jogadores de hoje. Chutes de longa distância e boas qualidades ofensivas não são mais os principais atributos que os técnicos exigem. A modernidade e versatilidade parecem imperar no modelo atual e deve ser por isso que o santista Yuri agradou dois técnicos considerados atualizados.
Criado no Audax sob o comando de Fernando Diniz, Yuri virou uma das principais cartas na manga de Dorival Júnior no Santos. Inclusive, deve ser ele uma das apostas do Peixe contra o Vitória, na quinta-feira, na Vila Belmiro, quando o time não poderá contar com David Braz, suspenso.
Isso mesmo, deverá ser na vaga de um zagueiro que Yuri terá nova chance. Um pouco dessa estratégia foi usada na partida contra a Ponte Preta e o resultado foi um passe de Yuri para Cittadini, que resultou no gol da virada santista.
Como a presença de Yuri na defesa muda a forma do time jogar e até atacar? Ele mesmo explica.
– O Dorival treina muitas circunstâncias. Contra a Ponte Preta, fizemos um triângulo (com Renato e Braz), para me adiantar e deixar o Braz sozinho na zaga. Deu certo – explica, em entrevista ao LANCE!.
No Audax, o jovem de 22 anos começou como meia, ainda na base. Sob o comando de Diniz, jogou em linha de três zagueiros e mais avançado, o que convenceu Dorival a contratá-lo após o Paulistão.
Uma das qualidades exigidas por Dorival para qualquer contratação no Santos, independentemente da posição, é ser versátil, ou seja, fazer mais de uma função no jogo.
Sem ter dado certo no sub-20 do Palmeiras, ele não teve regalias na base e sempre ficou longe de conceitos antigos.
Mais do que versátil, Yuri é considerado moderno e segue evoluindo.
Confira a entrevista exclusiva com Yuri:
Da onde vem a sua versatilidade e como aprimorou diferentes características?
Na base eu sempre fui meia, mais do que volante. Minha base inteira atuei como meia, sempre chegando na frente. Comecei a vir para trás, começar a saída de bola, jogar de frente, com o Fernando Diniz. E comecei a preferir, me adaptei. Antes jogava de costas para a área. Passei a render mais também.
Quais suas influências?
Eu gosto de ver o Mascherano no Barcelona, é um estilo parecido com o meu. Eu procuro ver muitos jogos, não só do Barcelona, mas o Busquets também parece, no estilo. Acho que me pareço mais com ele até.
Quais foram suas maiores dificuldades para se adaptar a diferentes posições?
Como sempre fui meia, eu pecava na marcação. Não marcava tanto, tive de aprender. Tive de trabalhar bastante nisso. Aprendi e agora é tranquilo jogar recuado.
Como profissional, você trabalhou só com o Fernando Diniz e com o Dorival Júnior, técnicos considerados atualizados. Acredita que eles podem mudar o futebol?
Torço para que eles continuem mudando. Dorival e Diniz trabalham de maneiras parecidas. Acho que com esses “malucos do bem” o futebol tem muito a ganhar.
Tem alguma preferência quanto jogar como volante ou zagueiro?
Isso eu deixei bem claro para o Dorival e para a comissão. Na zaga ou como volante, não tem diferença. Faço as funções e estou à disposição. Nas duas funções eu me sinto bem à vontade, não tenho preferência. Está na mão do Dorival, onde ele quiser me colocar fico tranquilo e confiante.