Neste sábado a eleição que levou José Carlos Peres à Presidência do Santos completa exatamente duas semanas, mas as mudanças caminham a passos lentos diante da expectativa do torcedor santista. Embora a demora dê a impressão de que os dirigentes do clube estejam agindo muito devagar, eles explicam que são outros os fatores que atrasam o planejamento da temporada 2018.
Apesar de acertar com o técnico Jair Ventura, as previsões não são muito otimistas para que mais definições aconteçam ainda em 2017. Tudo isso porque a nova gestão assume apenas no dia 2 de janeiro. Até lá, nada pode ser assinado, pois o presidente do clube ainda é Modesto Roma Junior. Isso trava tanto as negociações quanto o pagamento das dívidas, que não são poucas.
Tal problema também dificulta a negociação do pagamento da multa rescisória que o Botafogo exige para a liberação de Jair. Ainda que a quantia de R$ 860 mil não seja astronômica diante de um personagem em evidência e do tamanho do clube, é um valor que a diretoria não consegue dispor no momento. Assim, o Peixe tenta convencer os botafoguenses a aceitar o depósito somente no mês de janeiro.
Pessoas ligadas ao novo grupo que assume o Santos alegam que o cenário deixado pela administração anterior é devastador do ponto de vista financeiro. Dívidas na casa de dezenas de milhões de reais, 13º salário dos funcionários em atraso e os cofres vazios. Em entrevista recente ao jornal "Folha de S. Paulo", o próprio José Carlos Peres explicou um pouco da situação que encontrou.
Para cobrir esse rombo seria necessário ir ao mercado pedir empréstimos, algo em que a nova gestão afirma estar trabalhando, no entanto, como foi dito acima, Peres ainda não pode assinar qualquer documento como presidente do clube antes do próximo dia 2.
Essa é a mesma explicação para a recusa de dois executivos de futebol antes da contratação de Gustavo Vieira, que aceitou o desafio dentro das condições propostas pelo clube e já trabalhava nos bastidores antes mesmo de ser anunciado, algo que deve ocorrer também com Jair Ventura.
Já a contratação de jogadores é um assunto mais difícil de ser tratado dentro das limitações que o clube tem para negociar até o início oficial do mandato. As garantias exigidas são maiores e mais complexas, pois envolvem várias partes que precisam estar em convergência. Assim, não se descarta que no dia 3 de janeiro, quando o grupo se reapresenta, o único reforço presente seja o lateral-esquerdo Romário, que chega do Ceará, contratado ainda durante a gestão Modesto.