De dono de fábrica a presidente de partido: heróis do Peixe após 20 anos
Santos levou a campo 23 jogadores na campanha do vice do Brasileirão de 1995, e não são todos que seguem no meio do futebol. Veja o que fazem hoje os personagens
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Foram 15 vitórias, cinco empates e sete derrotas durante a campanha, coroada com uma espetacular goleada por 5 a 2 diante do Fluminense, no Pacaembu, pelas semifinais. O Campeonato Brasileiro de 1995 e os maiores ídolos jamais deixarão as lembranças do torcedor do Santos, mas é difícil recordar todas as peças que construíram a história da redenção do Peixe.
Quase 20 anos após a virada, que será comemorada com conteúdo especial nesta quinta-feira, o LANCE! buscou o paradeiro dos 23 jogadores e três treinadores que conduziram a campanha do Santos em 1995. A maioria ainda vive do futebol, como treinadores ou empresários, mas também há os destinos inusitados de ex-jogadores como o atacante Whelliton, que hoje está na política. Ou do ex-volante Carlinhos, que atualmente comanda uma metalúrgica em São Paulo.
De Giovanni a Piá Carioca, passando por Cabralzinho e Camanducaia, onde estão os heróis de 1995?
EDINHO (26 jogos na campanha de 1995)
Filho do Rei ficou no Santos até o ano seguinte, quando perdeu espaço em razão de uma lesão e foi atuar na Ponte Preta sob o comando do ídolo santista Pepe. Pendurou as luvas em 1999, e pouco depois iniciou trajetória na comissão técnica do Santos. Foi preparador de goleiros e auxiliar técnico até 2015, quando deixou o clube para comandar o Mogi Mirim na Série B do Brasileirão. Dispensado, procura um clube para seguir a carreira de técnico.
GIOVANNI (25 jogos)
Vendido pelo Santos ao Barcelona, da Espanha, no ano seguinte, construiu carreira sólida na Europa e foi repatriado duas vezes: a primeira em 2005 e a outra em 2010, quando finalmente conquistou um título, ainda que na reserva, do Campeonato Paulista. Aposentou-se logo após essa campanha e hoje administra uma rede de academias de ginástica em Belém do Pará.
ROBERT (25 jogos)
Teve outra passagem pelo Santos para ser campeão brasileiro de 2002 e pendurou as chuteiras em 2006, aos 36 anos. Neste ano de 2015 iniciou a carreira de treinador e atualmente trabalha no Corinthians USA, clube que disputa competições locais da Califórnia.
GALLO (24 jogos)
Veterano entre os jovens de 1995, parou de jogar em 2001. Passou a fazer parte da comissão técnica do Santos em 2004 e no ano seguinte comandou a equipe entre março e setembro, entre a demissão de Oswaldo de Oliveira e a chegada de Nelsinho Baptista. Soma passagens por grandes clubes, como Atlético-MG e Flamengo, além da coordenação das categorias de base da Seleção Brasileira. Hoje é técnico do Al Qadisiyah, da Arábia Saudita, com contrato até junho de 2017.
CARLINHOS (24 jogos)
Ainda teve passagens de destaque por Internacional e Portuguesa antes de encerrar a carreira, em 2006, aos 35 anos. Hoje é sócio-proprietário de uma fábrica de componentes hidráulicos em São Paulo e professor da escolinha de futebol de um projeto social na Vila Carolina, Zona Norte de São Paulo.
NARCISO (23 jogos)
Depois de rápida passagem pelo Flamengo, voltou ao Santos em 2000, mas logo foi diagnosticado com leucemia. Santos manteve o contrato durante o tratamento e viu o defensor voltar aos gramados em 2003, em uma partida do Brasileirão contra o Coritiba. Narciso ainda teve mais dois anos de vínculo antes de encerrar a carreira. Foi técnico nas categorias de base do Santos, do Palmeiras e do Corinthians e dirigiu profissionalmente Sergipe, Penapolense e Linense. Hoje aguarda recolocação no mercado.
CAMANDUCAIA (23 jogos)
Teve outra passagem pelo Santos, em 1999, mas depois nunca voltou a defender um grande clube. Carreira terminou em 2010, na disputa da Série A2 do Campeonato Paulista pelo Santo André. Depois, o ex-jogador retornou à cidade natal, no interior de Minas Gerais, e atualmente administra uma quadra de futebol society, que aluga para eventos e comanda uma escolinha, e uma pousada.
JAMELLI (22 jogos)
Garoto em 1995, teve carreira sólida após a saída do Santos, tendo jogado em clubes como Zaragoza (Espanha), Corinthians e Atlético-MG. Pendurou as chuteiras em 2007 e depois iniciou carreira fora dos gramados. Em 2010, participou das conquistas do Santos no Campeonato Paulista e na Copa do Brasil como gerente de futebol. Trabalhou na mesma função em outros clubes e hoje se arrisca na carreira de técnico: comandará o Independente de Limeira na Série A2 do Campeonato Paulista de 2016.
MARCOS ADRIANO (18 jogos)
Deixou o Santos pouco depois do vice do Brasileirão e chegou a atuar em grandes clubes, como Atlético-MG e Atlético-PR. Aposentado desde 2003, hoje vive em Alagoas e realiza exibições em partidas de ex-jogadores. Além disso, conduz o "Blog do Marcos Adriano" no site "Estadão Alagoas" e está prestes a lançar uma rádio AM e FM para a região.
MACEDO (15 jogos)
Deixou o Santos só em 1998, defendeu clubes como Grêmio, Coritiba e Al Hilal (Arábia Saudita) antes de rodar pelo país por 13 clubes em seis anos. Pendurou as chuteiras em 2007, aos 38 anos, com a camisa do Operário-MS. Já admitiu dificuldades financeiras e hoje tenta se reconstruir cuidando como empresário das carreiras de seu filho, Lucas Macedo, que já foi da base do Palmeiras, e Diego Macedo, seu sobrinho, ex-Bragantino e Corinthians.
MARQUINHOS CAPIXABA (14 jogos)
Foi direto do Santos para o São Paulo em 1996, mas depois a carreira decaiu, com passagens por clubes como Tupy e Araçatuba. Encerrou a carreira após passagens por diversos clubes do Espírito Santo, em 2008, aos 43 anos. Hoje faz exibições com a seleção máster capixaba.
VÁGNER (14 jogos)
Saiu do Santos em 1997, direto para a Roma (Itália). Depois, defendeu Vasco, São Paulo e Celta de Vigo (Espanha), além da Seleção Brasileira na Copa das Confederações de 2001. Pendurou as chuteiras aos 31 anos, em 2004, por invalidez - ele calcula 15 operações nos dois joelhos. Desde então, voltou a estudar, tendo frequentado a faculdade de Jornalismo e depois se formado em Administração de Empresas. Também já foi dirigente de clubes e atualmente comanda firmas no ramo imobiliário e de segurança.
RONALDO MARCONATO (14 jogos)
No Santos viveu o auge. Depois, somou passagens por clubes como Atlético Sorocaba, São Raimundo-AM e Crac-GO antes de pendurar as chuteiras em 2008, pelo Paranavaí. O L! não descobriu o que faz atualmente o ex-zagueiro.
MARCELO PASSOS (14 jogos)
Depois do Santos fez sucesso no futebol do Nordeste, especialmente com a camisa do Náutico, além de passagens pelo futebol de Portugal e Israel. Aposentado desde 2007, quando vestiu a camisa da Portuguesa Santista, o ex-meia hoje é funcionário do Santos. Ele trabalha como observador técnico para as categorias de base.
JEAN (13 jogos)
Jovem de apenas 17 anos em 1995, ex-zagueiro ficou no Santos, entre empréstimos a outros clubes, até 2001. Depois, fez carreira no futebol japonês durante nove temporadas. Hoje, aos 37 anos, é empresário de atletas, especialmente no futebol asiático
MARCELO SILVA (13 jogos)
Lateral-direito deixou o Santos definitivamente apenas nos anos 2000 para se tornar ídolo no Atlético-PR e no Remo. Foi por cinco vezes seguidas o melhor lateral do Campeonato Paraense. Aposentado, hoje é empresário de atletas, e tem parcerias com profisionais como Giuliano Bertolucci e André Cury.
PINTADO (13 jogos)
Experiente em 1995, saiu do Santos na temporada seguinte para atuar no México. Ainda prolongou a carreira até 2003, quando parou com a camisa do Pelotas-RS. Iniciou a trajetória como treinador logo no ano seguinte, e já tem mais de 24 clubes no currículo, como Paraná, São Caetano, Náutico, Figueirense e Ponte Preta. Hoje dirige o Guarani, em preparação para a Série A2 do Paulistão em 2016.
WHELLITON (11 jogos)
Deixou o Santos em 1996 e viveu anos de andarilho da bola, com curtas passagens por clubes de Portugal e Espanha, além de ter defendido Portuguesa e Flamengo já nos anos 2000. Deixou o futebol precocemente, graduou-se em Direito na Universidade Metropolitana de Santos, entrou na política como presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) da Praia Grande e hoje é advogado. Sua esposa, do mesmo partido, é vereadora na cidade.
MARCOS PAULO (9 jogos)
Jovem lateral-esquerdo deixou o Santos logo no ano seguinte e rodou pelo Brasil, em clubes como Internacional, São Caetano e Vasco. Só parou em 2010, com a camisa do Mixto-MT, já aos 38 anos. Hoje vive em Porto Alegre, é proprietário de uma academia de ginástica e maratonista profissional.
CEREZO (3 jogos)
Não é o conhecido meia da Copa do Mundo de 1982, e sim um jovem zagueiro que veio do interior e deixou o Santos em 1996. Defendeu Matonense, Londrina e Rio Branco-PR. O L! não encontrou seu paradeiro.
BATISTA (3 jogos)
O L! não encontrou o paradeiro do ex-jogador.
GILBERTO (2 jogos)
Goleiro havia sido contratado no ano anterior para ser titular, mas falhas deram chance a Edinho. Só atuou duas vezes no Brasileirão e saiu no ano seguinte. Tornou-se referência no Náutico, clube que defendeu entre 2001 e 2004, e pendurou as luvas em 2006. Pouco depois começou a trabalhar nas categorias de base do Sport, clube onde foi revelado. É preparador de goleiros da equipe que ficou em sexto lugar no Brasileirão de 2015 desde 2012.
PIÁ CARIOCA (1 jogo)
Não é o Piá meio-campista que depois chegou a defender o Corinthians, e sim um lateral-esquerdo que jogou só uma vez na campanha de 1995. Saiu do Santos para o futebol português e depois rodou por clubes como Matonense e Gama até encerrar a carreira em 2006, pelo Serrano-RJ. Atualmente faz exibições com a equipe de másters do Flamengo, clube pelo qual foi campeão brasileiro em 1992.
CABRALZINHO (Técnico em 23 jogos)
Aos 70 anos, Cabralzinho atualmente é consultor de futebol do Arameiska Syrianska, clube da Suécia. Viúvo, ele vive em Estocolmo com seus filhos e netos e curte uma rotina mais tranquila após trabalhar como treinador no próprio Syrianska, além de passagens por clubes como El-Ittihad El-Iskandary e Zamalek, no Egito, seleção do Catar e seleção sub-20 da Arábia Saudita. Ele teve três passagens pelo Santos: 1991, 1995 e 2001. Ele também possui um restaurante fino na capital sueca.
JOÃOZINHO (Técnico em 3 jogos)
Ex-zagueiro que defendeu o Santos por mais de seis temporadas havia assumido o comando técnico em 1994, mas pediu demissão no início do Brasileirão de 1995 em razão da falta de atendimento da diretoria aos seus pedidos de reforços. Hoje é proprietário de um restaurante em Santos e trabalhou até o início de 2015 como coordenador da categoria sub-20.
COUTINHO (Técnico em 1 jogo)
Ídolo eterno do Santos, foi interino entre a saída de Joãozinho e a chegada de Cabralzinho. Durou um só jogo, apresentou os jogadores ao novo técnico e voltou às suas atividades como treinador dos juniores do Peixe. Hoje está aposentado, mas tem contrato com o Santos para aparição em eventos públicos.
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