Federico Pastorello, ex-empresário do meia Roberto Pereyra, afirma que não processou o jogador na Fifa. A informação contradiz declarações de Alexandre Gallo, coordenador técnico do Santos. Hoje, o atleta negocia com o Palmeiras.
Em contato com o Lance!, Pastorello disse que Gallo "provavelmente entendeu mal" a situação. O diretor alvinegro contou, em entrevista à reportagem, que o argentino de 32 anos trocou de agente durante as negociações com o Santos, e o empresário italiano tomou as medidas cabíveis. De acordo com o coordenador do Peixe, Pereyra poderia sofrer punição esportiva da entidade máxima do futebol e ficar três anos sem jogar.
- Falso. Não é a minha intenção fazer isso (acionar a Fifa por Pereyra). Provavelmente ele (Gallo) entendeu mal - disse Pastorello, ao Lance!.
Mesmo assim, Alexandre Gallo reitera o caso. Foi relatado à reportagem nesta sexta-feira (8) que Roberto Pereyra apresentou um novo empresário em meio às tratativas com o Santos, que acabaram fracassando. O caso seria passível de uma ação, pois o argentino não teria feito o processo legal para trocar de agente e 'rescindiu unilateralmente', fazendo com que o antigo representante ficasse sem comissões, por exemplo.
- Depois da nossa saída, o ex-representante dele, o Federico Pastorello, entrou na Fifa. Pode acontecer dele (Pereyra) ficar três anos sem jogar, se não acontecer um acordo, uma nova negociação. Um time que vai atrás desse atleta agora, vai começando com uma abertura jurídica bastante importante - disse o coordenador santista, em entrevista ao Lance! na quinta-feira (7).
Após recusar o Santos, Roberto Pereyra se tornou alvo do Palmeiras. Ele está livre no mercado depois de atuar pela Udinese, da Itália, na última temporada, e seu currículo ainda conta com passagens por River Plate (ARG), Watford (ING) e Juventus (ITA). Times do Brasil têm até o dia 15 de setembro para contratarem jogadores sem clubes e inscrevê-los no Brasileirão.
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COMO FUNCIONA O PROCESSO?
O Lance! consultou Marcel Belfiore, sócio do Ambiel Advogados e advogado especializado em Direito Desportivo, para esclarecer a situação diante dos fatos relatados. Segundo o especialista, sanções esportivas — como ficar três anos sem jogar — só acontecem se houver descumprimento de determinações iniciais.
- Caso a Fifa entenda que ele (Pereyra) tenha rescindido sem justa causa, provavelmente terá que pagar a multa prevista no contrato. Eventual sanção esportiva ao atleta (suspensão) só ocorre se houver uma condenação financeira e o atleta não pagar. Não vejo, portanto, muito risco para o clube que decida contratar o atleta. O antigo empresário pode cobrar as comissões que ele entende serem devidas, mas isso não impedirá o jogador de jogar onde ele queira. E o novo clube não tem obrigação nenhuma de pagar comissão para o antigo, pois essa obrigação seria do próprio atleta que contratou com ele - disse o profissional.
A reportagem entrou em contato com a Fifa, mas ainda não obteve resposta.