Ex-preparador de goleiras do Santos é banido do futebol pelo STJD

Em julgamento no Pleno, Fabrício de Paula foi punido por tentativa de manipulação

imagem cameraFabrício de Paula foi demitido pelo Santos após o caso (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/SantosFC)
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Lance!
SANTOS (SP)
Dia 09/09/2022
09:00
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O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) decidiu banir do futebol o ex-preparador de goleiros do Santos, Fabrício de Paula, por tentativa de manipulação de resultados no confronto contra o Red Bull Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro Feminino. Além disso, ele foi multado em R$ 60 mil.

No julgamento inicial, Fabrício de Paula foi multado em R$ 20 mil e suspenso por 180 dias. No entanto, a procuradoria do STJD recorreu da decisão e ele foi novamente julgado pelo Pleno nesta quinta-feira, em sessão realizada na Brasil Futebol Expo.

- A manipulação é um problema muito complexo e difícil de ser combatido. Nós não vamos conseguir aniquilar totalmente, mas a Justiça Desportiva deve manter o foco e trabalhar contra...O depoimento da atleta foi consistente, coerente e com detalhes impossíveis de serem construídos falsamente. Além do depoimento do atleta temos prints de conversas do denunciado oferecendo o dobro da proposta. O recorrente Fabrício foi demitido do Santos e os demais desligados do Bragantino. O que foi apurado demonstra que não estamos diante de meros indícios - afirmou o auditor relator do processo, Mauro Marcelo de Lima.

Por maioria dos votos, o Pleno julgou procedente o recurso da Procuradoria nos termos do voto do relator.

Entenda o caso

O presidente Andres Rueda, no dia 20 de junho, em coletiva de imprensa, informou que o preparador de goleiras das Sereias da Vila, Fabricio de Paula, foi demitido após supostamente tentar subornar uma jogadora do Red Bull Bragantino, em uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro Feminino.

O mandatário santista não divulgou o nome do acusado e nem da atleta que recusou o suborno, mas explicou que o caso seria investigado, o Boletim de Ocorrência foi feito com imagens, prints e outras provas envolvendo o caso. O jogo terminou empatado em 1 a 1.

“A gente teve um fato lamentável comprovadamente nesse fim de semana que talvez seja a cabeça de um iceberg do que está acontecendo no nosso futebol. Um funcionário do nosso clube, do futebol feminino, utilizando-se de um intermediário do Bragantino, tentou subornar uma jogadora do Bragantino para arranjar um resultado elástico já no primeiro tempo do jogo para efeito de apostas. A jogadora recusou a proposta, eles entraram em contato comigo, apresentaram provas materiais. Quando chegou ao nosso conhecimento, tomamos algumas medidas. Providencia que tivemos de imediato: demissão por justa causa por todos envolvidos”, afirmou Rueda.

O Red Bull Bragantino encaminhou uma nota para imprensa logo após a denúncia do time santista confirmado o caso. O clube informou que a atleta subornada recusou a proposta. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também se manifestou.

“O Red Bull Bragantino vem a público para, infelizmente, confirmar as alegações de assédio a uma das nossas jogadoras antes da partida contra o Santos, pelo Brasileirão Feminino", disse o time de Bragança.

“A CBF recebeu a denúncia nesta segunda-feira (20), e, como procedimento padrão em casos como este, encaminhará ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para a apuração completa dos fatos narrados”, comenta a entendida máxima do futebol brasileiro. 

Fabricio de Paula foi demitido após o Santos ter conhecimento da situação. Segundo informações divulgadas pelos clubes envolvidos, a atleta foi contatada, por meio de mensagens, com uma proposta de suborno para combinação de determinado resultado. O preparador, porém, se defende.

“O que houve é que, como é comum no meio do futebol, o sr. Fabricio foi ao hotel onde estava o Red Bull Bragantino para encontrar com um amigo que trabalhava naquela equipe. Nada incomum, afinal, para quem conhece os bastidores do futebol, é natural que membros de comissão-técnica rivais mantenham contato direto (como em qualquer outra profissão, ter amigos em empresas concorrentes)”, disse a defesa de Fabrício.

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