Falcão fala sobre técnicos estrangeiros e critica método de ‘vencer a qualquer custo’
Novo coordenador de futebol do Peixe inicia o trabalho nesta quarta-feira
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Paulo Roberto Falcão é o novo coordenador esportivo do Santos. O profissional chega para ajudar o presidente Andres Rueda a organizar o futebol do clube e pensar no planejamento de 2023. Vale destacar que o Peixe ainda não tem técnico pra o próximo ano.
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Em entrevista à ESPN em maio deste ano, o ex-treinador falou sobre a cultura de técnicos estrangeiros no Brasileiro. Falcão afirmou não ser contra técnicos de outros países, mas vê falta de preparação para receber os profissionais.
- Eu não sou contra estrangeiro. Eu sou a favor da competência e contra a reserva de mercado. E sou contra, e tem muito isso no Brasil, o modismo. ‘Ah, vamos contratar estrangeiro’. Aí contrata no meio do campeonato e, como aqui se vive muito de resultado, infelizmente, não se dá tempo para ele trabalhar. Até conhecer os jogadores, a cultura do time, a história, a torcida... não tem como - afirma Falcão.
O novo coordenador do Santos ainda comentou sobre os técnicos mais jovens no futebol brasileiro. Recentemente, o Santos conversou com Mauricio Barbieri, técnico da nova geração. Mas, antes disso, chegou a negociar com Vanderlei Luxemburgo, que teve seu nome vetado pelo Comitê de Gestão do clube.
- O treinador mais jovem é bem-vindo, evidentemente, mas o treinador rodado tem a capacidade de saber o que está sendo feito hoje aliado a outras coisas diferentes que já viu. Tem alguém com mais de 60 anos, 65 anos? Vou falar de Muricy [Ramalho], Abel [Braga]. E eu me incluo nessa. Acha que esses caras não têm competência de dar um treino? A essência do futebol não mudou. Quem tem a bola joga e se desloca. Quem não tem, tem de tentar tirar. Como se faz isso? Aí tem de ter capacidade de treinar isso - comenta.
- O [holandês Johan] Cruijff, que revolucionou o Barcelona no sentido de fazer do clube muito mais uma escola holandesa, tinha oito tipos de treinos. Oito, e chega! Olha o resultado que ele conseguiu. O futebol se resume ao jogador entender o que o treinador quer, mentalizar e repetir. O que falta é a gestão olhar um pouco mais para isso e menos para a questão da idade. Eu não consigo acreditar que treinadores como os que citei não possam ter sucesso. Nada contra os jovens, mas a favor dos mais experientes - completou Falcão.
O ídolo do Internacional e Roma ainda elogiou o técnico Pep Guardiola, do Manchester City, e disse que se identifica com a ideia do treinador em jogar um bom futebol para sair vencedor.
- Tem times que possuem a mentalidade do 'tem que ganhar a qualquer custo'. É aquela coisa do dirigente amador. Todo mundo sabe que tem que ganhar, isso é óbvio. Mas é muito melhor você ganhar jogando bem, porque isso vai te possibilitar continuar vencendo. Senão, vira um dado estatístico - diz.
As conversas entre o presidente Andres Rueda e o ex-volante e técnico da seleção brasileira vinham sendo realizadas há cerca de um mês e os dois aguardaram o fim do Brasileirão para o anúncio. Falcão queria seguir como técnico, mas foi convencido por Rueda para assumir o novo cargo, diante do planejamento proposto para 2023.
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