"Menino da Vila, santista e cruel. Vai pra cima, Gabriel!” É esse o grito que ecoa das arquibancadas da Vila Belmiro quando o “cruel” Gabigol sobe ao gramado para outra decisão.
Decisão, aliás, é com ele mesmo. Acostumado a balançar as redes em grandes jogos, Gabigol foi mais uma vez o destaque da equipe e o autor dos gols da classificação à oitava final estadual consecutiva.
Mas a participação fundamental de Lucas Lima também vale destaque. Talvez sem ele, aliás, Gabigol não fosse decisivo como é.
O meia chama o jogo o tempo inteiro, seja na defesa ou no ataque, e tranquiliza e até organiza os companheiros. Com controle de bola elevadíssimo em relação aos demais, é, sim, o melhor jogador atualmente no futebol brasileiro, apesar de ter perdido seu pênalti.
O Menino da Vila, porém, é um dos nome da semifinal e o responsável por colocar o Peixe em mais uma final de Paulista e obrigar a mídia a comparar em números este time de Dorival com a era Pelé, já que a geração atual igualou a marca de finais entre 1955-62.
Santista desde pequeno e apaixonado pela arte da bola, Gabigol não poderia começar a dar seus passos em outro clube que não o próprio Santos. Com dois gols, o “torcedor dentro de campo”, como ele disse a este mesmo L!, o 10 do Peixe brilhou e passou à final.
Cruel! Cruel com os adversários, cruel com ele mesmo. Simplesmente cruel. Se irrita a cada lance perdido, vibra a cada chutão que trava, mas vibra ainda mais a cada gol que faz. E não são poucos!
Cruel também foi Vanderlei. Talvez inspirado pela crueldade de Gabriel, o camisa 1 fechou o gol nos pênaltis, pegou duas cobranças e ainda viu Fernando Prass acertar sua trave esquerda antes de ser recebido aos pulos pelos santistas.
Menino da Vila e camisa 1 cruéis. Santos em mais uma final.