O meia Paulo Henrique Ganso, do Fluminense, revelou que se arrependeu da forma como saiu do Santos em entrevista ao "ge". Questionado sobre como as lesões afetaram sua carreira, o jogador contou sobre algumas situações em que teria mudado no passado, incluindo sua saída do Peixe em 2012.
- É difícil falar. Difícil porque um atleta de alto nível sempre vai passar por isso, sempre vai acontecer uma lesão aqui, outra ali. Eu falaria de outras coisas extracampo, sabe? Eu briguei muito com quem estava dirigindo o Santos naquela época. Então algumas coisas eu teria mudado. Algumas coisas que falei não teria falado, teria guardado para mim. Teria feito algumas coisas mais internamente. Principalmente com o clube, o Santos, e com algumas pessoas. Talvez essas pessoas não quisessem o mesmo que eu queria no momento, mas eu teria feito isso mais internamente - contou Ganso ao "ge".
- Não só de sair ou não sair. Por isso que falei, conversas internas que a gente poderia ter decidido de uma forma melhor. (...) Um pouco de cada, né? De quem trabalhou comigo, de quem dirigia o clube naquela época. Acho que se a gente conseguisse conectar todo mundo dentro de uma sala fechada internamente. Poderia resolver de uma forma melhor. Tanto para ficar quanto para sair. (...) As conversas ali foram algo de que eu me arrependo. Teria que ter feito de forma diferente. Ter conversado de uma forma diferente. Disso eu me arrependo. Gostaria de ter mudado. Naquilo de renovação. Naquela confusão toda ali - completou.
+ Quase todos divulgados! Veja os uniformes das seleções lançados para a Copa do Mundo
Revelado na base do Santos, Ganso viveu seus melhores dias da carreira na Vila Belmiro, onde ganhou três vezes o Campeonato Paulista, uma Libertadores, uma Copa do Brasil e uma Recopa Sul-Americana. Em 2012, porém, ele trocou o clube pelo São Paulo. Depois, esteve no Sevilla (ESP) e no Amiens (FRA), em passagens bem apagadas, antes de desembarcar no Fluminense.
Ainda na entrevista ao "ge", o camisa 10 do Fluminense falou sobre a oportunidade de iniciar a carreira no Santos.
- Eu tinha um professor de educação física lá em Belém, o Márcio Guedes, e ele trabalhava na minha escola e na escola do Giovanni, que hoje está até trabalhando no Santos de novo. O Giovanni estava retornando ao futebol brasileiro em 2005, e o meu professor brincava: "Olha, vou falar com o Giovanni para você ir lá, treinar no Santos". Eu era um dos destaques da escola, falei: "Pô, fala lá mesmo". Brincando, né? Mas na brincadeira ele acabou conversando, se não me engano, com a irmã do Giovanni. E ele respondeu: "Está bom, vou dar essa oportunidade". Ele abriu as portas do Santos e o pessoal me recebeu super bem - ressaltou.
Destaque nas conquistas do Peixe entre 2010 e 2011, o meia acredita que ter vestido a 10 de Pelé não foi um peso e também avaliou os comentários sobre a sua expectativa de futuro até maior do que a de Neymar na época.
- Para mim era muito mais importante jogar no profissional. Porque na base eu acabei jogando com a camisa 10. Você sente: "Pô, a camisa 10 do Rei", mas depois se acostuma. Aí vem aquela época de 2010 fantástica, depois 2011 teve aquela surpresa com a coroa no número... Para mim, foi especial demais - falou.
- Não, nunca achei isso. Nunca pensei nisso, na verdade. Pelo contrário. A gente só queria se divertir jogando futebol. E é o que a gente faz até hoje. Cada um teve a sua carreira, mas esse era o nosso pensamento. Sempre foi assim, sempre se divertir jogando futebol. Naquele time, tinham os mais experientes, outros mais jovens, mas esse era o pensamento. A gente pensava: "Vamos fazer gol. Se vai tomar três, temos que fazer quatro". Era mais ou menos esse o pensamento. Tomar dois, tem que fazer três. Era vencer e se divertir em campo - respondeu Ganso sobre se achar "mais pronto que Neymar.
Ganso também protagonizou outras cenas vestindo a camisa do Peixe. No final do Paulistão de 2010 contra o Santo André, o meia foi chamado pelo técnico Dorival Jr para ser substituído, mas se recusou a sair na disputa em que a equipe foi campeã. Ele revelou o que o Ganso de hoje falaria para aquele Ganso na época.
- Pô, ia falar: "Sai logo daí! Deixa o Dorival resolver esse problema". Cara, difícil, difícil. Porque foi de momento. Não tinha pensado no que ia fazer. Foi na hora, falei: "Pô, estou segurando o jogo aqui, conseguindo fazer pelo menos o time respirar um pouco da pressão que a gente estava sofrendo". Não sei se teria alguma coisa para aquele momento - refletiu.
Em 2021, o meia teve a oportunidade de retornar ao Santos. O clube queria ter o camisa 10 por empréstimo e com o Fluminense pagando parte maior do salário. Ele viria com o aval do técnico Fernando Diniz, então treinador do clube naquele momento. Hoje Diniz comanda o próprio Fluminense.
Nesta temporada, ele voltou à Vila no empate do Fluminense em 2 a 2 com o Santos pelo returno do Brasileiro. Ele marcou de pênalti o primeiro gol da equipe do Fluminense, comemorou o feito recordando os tempos de ‘maestro’ da Vila e deixou os gramados com a santista, presenteada por Ângelo.