Poucos treinadores de futebol têm tempo e resultados suficientes para se tornarem ídolos de torcidas – ou pelo menos não serem chamados de burros jogo após jogo. No Santos, que trocou de técnico 26 vezes desde o ano de 2000, a lógica não é diferente. Ainda assim, Dorival Júnior é cada vez mais elogiado entre a satisfeita torcida alvinegra, que viu seu time avançar 13 posições no Brasileirão e (até agora) três fases da Copa do Brasil. Ao lado dos resultados, a volta do DNA ofensivo é a marca da segunda passagem do técnico pelo clube.
Com os três gols marcados fora de casa diante do São Paulo, pela ida das semifinais da Copa do Brasil, o Peixe atingiu a marca de 199 gols feitos sob o comando de Dorival, somando os 147 de 2010 e os 52 deste ano. A incontestável média de 2,4 gols por jogo agrada uma torcida que tem como principal cobrança a seus treinadores a aplicação de um estilo de jogo ofensivo.
– Posso perder jogos, mas gosto de ver minhas equipes jogando dessa forma, em busca de ataque. É muito difícil a vida de treinador, mas vou tentar reimplantar aquilo que considero ideal – disse o treinador logo em seu primeiro dia de trabalho no time então destroçado e imerso na zona de rebaixamento.
Em algumas contas que consideram três amistosos de 2010, Dorival já passou de 200 gols pelo Santos. Em jogos oficiais, porém, a equipe pode alcançar esta marca neste sábado, quando visita o Figueirense no Orlando Scarpelli, às 18h30. É bom lembrar que somando as duas passagens, o Santos de Dorival marcou 199 gols em apenas um ano completo de trabalho. Santos e Dorival Júnior se completam.
- O Dorival tem escalado a equipe bem ofensiva, não me lembro de ter trabalhado com um treinador assim. Na base também não era assim. Está dando certo, espero que possa continuar nesse ritmo pra evoluir e conquistar nossos objetivos - elogiou o lateral-direito Daniel Guedes.
CONTRASTE: ZAGA SOFRE BASTANTE:
A força ofensiva é o grande trunfo do trabalho de Dorival Júnior no Santos. No entanto, a defesa costuma sofrer com a exposição do posicionamento avançado. Em 83 partidas nas duas passagens, o Santos sofreu 93 gols, uma alta média de 1,1 por partida. Em 2010, por exemplo, a equipe tomou quatro de Palmeiras, Grêmio, Corinthians e Vitória. Neste ano, porém, o panorama melhorou e a média diminuiu: foram 19 gols sofridos nos 25 jogos da segunda passagem.