O Santos teve dois perfis bem diferentes de camisas 9 nas duas últimas temporadas e o rendimento de cada um em campo também foi bastante desigual. Contratado com pompa, apresentação de gala pela cidade e ao custo de R$ 42 milhões, Leandro Damião rescindiu contrato com o clube nesta quinta-feira e não deixa saudades pelos 11 gols marcados em 44 jogos de 2014. Já o herdeiro da numeração foi alvo de forte desconfiança interna, mas superou um contrato curto, brilhou e hoje é incontestável em sua função. Com Ricardo Oliveira, o Santos está bem servido de camisa 9 até o fim de 2019.
Depois de não conseguir firmar nenhum centroavante em 2013 - Everton Costa, Giva e Willian José foram alguns dos nomes testados no segundo semestre -, o Santos decidiu apostar alto no ano seguinte. Com financiamento do fundo Doyen Sports, tirou Leandro Damião do Internacional por R$ 42 milhões e deu ao novo reforço apresentação de gala com desfile em bonde pela cidade de Santos e o melhor salário do elenco desde a saída de Neymar. Em campo, a contratação não correspondeu, e entre lesões e jogos no banco de reservas foram apenas 11 gols marcados ao longo da temporada, em 44 partidas.
Sem receber os salários relativos aos três últimos meses de seu vínculo, Damião processou o Santos em janeiro de 2014, e no mesmo mês foi emprestado por uma temporada ao Cruzeiro. Em junho de 2015, o atacante ganhou a causa em primeira instância, e nesta quinta-feira obteve uma liminar que rescindiu seu contrato em razão dos atrasos salariais. Damião é livre, e para o Peixe ficou a dívida que pode chegar a mais R$ 100 milhões pagáveis até o fim do contrato, em 2019.
Com Ricardo Oliveira, o comportamento do Santos foi bem diferente. O jogador de 35 anos foi contratado sob desconfiança em razão de três temporadas longe do futebol brasileiro. Assinou um contrato curto, de quatro meses, e precisou convencer o clube de sua utilidade nesse período. Com salários que partiram de apenas R$ 50 mil mensais e hoje ainda não atingem um quarto do recebido por Damião, o camisa 9 conquistou a torcida, uma vaga na Seleção Brasileira e 37 gols marcados na temporada.
No fim de 2015, após uma temporada (exato período de Damião no ano anterior), foram 62 partidas realizadas com a camisa do Santos, com mais de três vezes o número de gols marcados que o antigo dono da 9.