O primeiro pedido de impeachment do presidente José Carlos Peres foi aprovado por 165 conselheiros dos 242 presentes na reunião do Conselho Deliberativo, na Vila Belmiro, na noite desta segunda-feira. Eram necessário 161 votos para o impedimento. Com o resultado, a decisão final será por meio dos associados do clube em assembleia geral, na Vila Belmiro. Caso os sócios apoiem o impedimento, o vice Orlando Rollo assume.
O primeiro recurso, encabeçado por Alexandre Santos e Silva, conselheiro eleito pela chapa de Modesto Roma Júnior, teve 165 votos a favor, 74 contra, um branco e dois votos nulos. Dois membros do CIS (Comissão de Inquérito e Sindicância) não podiam votar, portanto a mesa optou por não computar. O segundo, comandado por Esmeraldo Tarquinio Neto, conselheiro nato e ex-presidente, teve 164 votos a favor, 72 contra, dois nulos e um branco. Em ambas as votações, 2/3 do Conselho aprovou, o suficiente de acordo com o Estatuto Social do clube
José Carlos Peres seguirá no comando do Alvinegro até a votação pela assembleia. O presidente busca liminares na Justiça para atrasar o processo.
O que dizem os pedidos de impeachment?
Peres tem dois pedidos de impedimento: um encabeçado por Alexandre e outro por por Esmeraldo Tarquínio Neto, conselheiro nato do clube e ex-presidente do órgão. Este segundo documento teve a assinatura de pouco mais de cem conselheiros - o órgão conta com pouco mais de 300 conselheiros - e será igualmente votado nesta noite.
De maneira simplificada, os questionamentos dos conselheiros se baseiam nas duas empresas ligadas a Peres, a Saga Talent Sports & Marking e a Peres Sports & Marketing. O dirigente é acusado de usá-las para gerenciamento de atletas - algo que nega com veemência. Tal ato é proibido pelo Estatuo Social do clube. Um dos sócios de Peres na Saga teria, inclusive, exigido 10% da venda de Gabigol à Inter de Milão, da Itália, em 2016. Já que tal empresa teria trazido o jogador ao Santos "de graça".
Ricardo Marco Crivelli, o Lica, gerente da base do Peixe em 2018 e afastado do cargo por acusação de abuso sexual, é também sócio de Peres na Saga Talent Sports & Marking, que, segundo o dirigente, já foi encerrada. Em 2015, Lica criou a Hi Talent Ltda. Um relatório da Comissão Fiscal do clube sobre a movimentação financeira no primeiro trimestre mostrou que o Alvinegro comprou em fevereiro 100% dos direitos econômicos do zagueiro equatoriano Jackson Porozo, de 17 anos, para o time sub-20 e que passaria 20% de uma futura venda ao Manta (EQU) e 30% do lucro à Hi Talent. A negociação foi refeita, tirando a Hi Talent dos lucros.