Renato supera marca e diz: ‘É a chance de ficar na história do Santos’
Vovô do Santos, Renato supera Zeca e se torna atleta de linha que mais jogou com Dorival. Camisa 8 tem excelente retrospecto contra o Flamengo, rival desta noite na luta pelo título
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Apresentar Renato à torcida do Santos é absolutamente desnecessário. Bicampeão brasileiro em 2002 e 2004, o "novo e velho" camisa 8 do Peixe é um dos líderes do time que tem encantado pelo jeito de jogar este ano. Mesmo consagrado, com passagens vencedoras pela Espanha e até pela Seleção Brasileira, o "vovô" ainda tem a sede de um menino e a elegância em seu estilo para aumentar sua galeria de títulos e levar o clube à conquista nacional.
Embora seja, aos 37 anos, o atleta mais experiente do atual elenco, Renato completará nesta quarta-feira, às 21h45, diante do Flamengo, na Arena Pantanal, sua 63ª partida sob o comando de Dorival Júnior e passará o jovem Zeca como jogador de linha que mais atuou com o treinador.
Apesar do mando de jogo, o Santos sabe que jogará "fora de casa", já que o torcedor rubro-negro costuma comparecer em grande número mesmo quando o time joga fora do Rio de Janeiro. Ciente da necessidade de vitória para manter acesa a chama do título brasileiro, a voz da experiência do Santos concedeu entrevista ao LANCE!, comentou sobre o amadurecimento do atual elenco, a diferença entre os "Renatos", o ótimo retrospecto contra o rival desta noite e expôs o desejo de fincar ainda mais o seu nome na história do clube.
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Confira o bate-papo:
Você se tornará o jogador de linha que mais atuou com Dorival. Isso se deve à sua liderança?
Pode ser, mas acredito também que é pela parte física, me encontro bem. É aquilo que sempre frisei: em 2015, tive pré-temporada mesmo, enfatizamos na parte física, pude no final de todo o ano atuar bem mais do que os outros anos desde que voltei ao Brasil e tive lesões, coisa que não tive lá fora. E outra parte pode ser essa liderança, procuro dentro das minhas características exercer isso.
E qual hoje sua principal função tática no time do Peixe?
Nos anos que passei no Sevilla (ESP), acabei desenvolvendo melhor essa função tática. Se me pedem para fazer uma função, eu vou procurar fazer o melhor possível e tenho enxergado o que o Dorival fala: qualquer jogador pode ocupar o espaço do outro. Se alguém ataca pela direita, procuro recompor. Procuro ter a leitura do jogo para dar espaço ou cobrindo. Isso desenvolvi lá fora, porque jogador brasileiro esquece um pouco da função.
Em 15 jogos na carreira contra o Flamengo, você só perdeu dois. Como justificar essa "freguesia"?
Quando estive do lado do Botafogo, era clássico e a maior rivalidade é o Flamengo, não tem jeito. São jogos especiais para o torcedor, mas sei que o Flamengo é uma grande equipe. Para jogar esses jogos tem que dar um algo a mais. Nas nossas vitórias, tivemos oportunidades, fizemos gols e levamos vantagem sobre o Flamengo, mas sabemos que eles têm qualidade.
O que o Renato de hoje tem de diferente do Renatinho?
Acho que essa leitura de posicionamento. Procurava, claro, na época do Renatinho, não estar no mesmo lado do Paulo Almeida, que ficava mais. Eu tinha mais liberdade. Acho que ganhei essa leitura tática, acredito que tenho muito mais experiência, mas é algo que já fazia naquela época, ao voltar e atacar.
Vê o Santos mais "cancheiro" do que em 2015?
A partir do momento em que você não está na zona do desconforto, a confiança é maior. Em 2015, nessa rodada, ainda estávamos lá embaixo. Esse ano, notamos a equipe com mais qualidade e experiência, sabendo o que pode alcançar. Sabíamos que a cobrança seria maior, mas sabemos da força do grupo. Não foram 11 que tiraram o clube daquela situação, foi o grupo. Esse ano é igual. Nossa confiança é ainda maior em relação ao ano passado.
"Fora de casa", como se portar diante do Flamengo?
Sabemos que do outro lado tem jogadores com qualidade, cascudos, que sabem jogar. Vão ter maioria no estádio, temos essa consciência. O importante é que além da parte técnica a gente tenha esse lado cancheiro de brigar um pouco mais e acho que no decorrer do jogo a gente precisa manter nossa filosofia, não mudar muito, não dar contra-ataque ao Flamengo e ter atenção na bola parada. Os dois zagueiros cabeceiam bem, além do Guerrero. Temos que manter isso para sair com a vitória.
O ambiente do elenco do Santos pode ser um diferencial na luta pelo título?
Em 2002 brincávamos bastante, era um grupo divertido, mas com muita união. O que tinha no vestiário levávamos para o campo, um corria pelo outro. E esse ano e ano passado já teve esse vestiário, perdemos alguns jogadores, vieram outros, mas a gente vê que nessa união os que chegam já têm mais liberdade. Isso a gente consegue fazer muito bem para que o jogador se sinta à vontade, fazer o que fez em outros clubes. Conseguimos ter essa união e levar para dentro de campo.
Esse elenco está pronto para ficar marcado na história?
Acho que sim, temos a possibilidade e oportunidade nas mãos. Em 2015, com tudo o que acontece, jogadores saindo, Santos como quarta força, conseguimos mostrar nossa força. Temos elenco para ficarmos marcados na história do torcedor. Eu vivi minha maior glória em 2002, quando íamos a campo com as faixas viradas. Sabemos a dificuldade, mas a gente tem condições de ficar na história.
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