As condições adversas da partida contra o Luverdense, em Lucas do Rio Verde, incluindo as horas de viagem de ônibus e o pouco entrosamento entre os jogadores reservas do Santos, atenuam a derrota do Santos no Mato Grosso, mas, mesmo assim, alguns problemas no elenco parecem, pouco a pouco, se tornarem crônicos: falta compactação e aproximação entre os setores e não há criatividade no meio-campo. Linhas recuadas e aposta no contra-ataque já parecem não se sustentar mais no Alvinegro.
O fato é que o Santos está classificado às quartas de final da Copa do Brasil e às oitavas da Libertadores. Mesmo assim, passa longe de ter atuações convincentes. Foi assim no jogo de ida contra o Luverdense, por exemplo, quando fez cinco gols, mas fez um primeiro tempo ruim. Já no Mato Grosso, apenas lampejos de um futebol razoável. Dos quatro tempos dos 180 minutos, apenas 45 minutos de bom futebol.
Jair Ventura tem razão ao citar que o elenco é enxuto (são 30 jogadores no plantel), no sentido de variedade de características, e perder nomes como Arthur Gomes, por lesão, pode atrapalhar (o Menino da Vila sofreu uma entorse no tornozelo esquerdo e será avaliado). De fato, o plantel parece ter pouco a oferecer quando não se fala dos principais nomes. O problema é a combustão causada por essa carência com a falta de organização e ideias do time.
No jogo da última quinta-feira, o centroavante Yuri Alberto sofreu como sofre Gabigol ao jogar na posição. Isolado no ataque, o garoto de 17 anos pouco pôde fazer diante da inércia no meio-campo, que não cria e não organiza. Diego Pituca e Vecchio não deram conta do recado. Vitor Bueno parece ainda não ter se encontrado na função de armador, bem como Jean Mota, que ainda parece não ter absorvido a responsabilidade de ser titular do Santos.
Em seus conceitos de jogo, Jair diz não abrir mão de um time "que se entregue, que se doe ao máximo e seja intenso dentro do campo de jogo", mesmo que faltem peças para o encaixe perfeito. O problema é que essa vontade não parece prioridade nas partidas do Alvinegro. Mesmo com reservas e classificado, não há como considerar normal perder um jogo como o da última quinta-feira. Muito menos a falta de organização e a distância entre defesa e meio e meio e ataque.