Luan Peres não acredita em rebaixamento do Santos e fala em “dívida” com o clube

Defensor vendido no meio do ano ao Olympique analisou o momento do Peixe no  Brasileirão e explicou a saída do clube e o sentimento de gratidão ao Santos

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O Santos anunciou a contratação de Luan Peres em agosto de 2019. Desde então, o jogador ganhou a torcida santista e os treinadores que no Peixe estiveram. O sucesso foi tão grande que, em fevereiro de 2021, a gestão do clube liderada por Andres Rueda "comprou" o atleta em definitivo, pagando cerca 3 milhões de euros (R$ 20 mi), em parcelas, ao Brugge (BEL).

Mas o casamento durou pouco. A pedido de Jorge Sampaoli, ex-técnico santista e atual treinador do Olympique de Marseille, da França, o jogador se transferiu para o futebol Europeu. Os valores giraram em torno de 4 milhões de Euros (cerca de R$ 25 milhões) pelos 70% a que o Santos tinha direito.

Em entrevista exclusiva ao LANCE!/DIÁRIO DO PEIXE, o atual dono da camisa 14 do time francês, comentou sobre o trabalho com o antigo treinador e revelou ter conversado sobre em Santos em sua chegada.

- A gente conversou um pouco quando eu cheguei, inclusive pelo momento que o Santo vive. Mas está sendo muito bom trabalhar com ele, um grande treinador, sempre bom trabalhar com grandes treinadores. Já tive uma boa experiência com ele no Santos, e agora também. Espero que a gente possa triunfar aqui - disse Luan Peres.

Luan Peres falou sobre a difícil decisão de deixar o Santos. Segundo ele, o principal motivo da saída - além do desejo de voltar a Europa - foi a boa fase que atravessava e a possibilidade de sair do Alvinegro Praiano pelas portas da frente.

- Não foi fácil a decisão. Eu tinha essa ambição de poder voltar para Europa em outras condições, dessa vez para poder ir super bem, realmente jogar, me sentir bem, poder jogar contra grandes equipes e grandes campeonatos, isso pesou muito. Voltar para um time grande, bom, um time aqui na França que é um dos maiores. Mas claro que não foi fácil pelo fato de estar muito feliz no Santos, estava muito bem, mas depois de dois anos eu achei que era o momento ideal para poder sair, eu tinha portas abertas para se eu precisasse voltar. Pelo que eu estava fazendo, ninguém saberia o dia de amanhã, se eu estaria bem como eu estava quando saí. Então achei que era o momento ideal para sair bem com a torcida, bem comigo mesmo, sabendo que eu fiz um grande trabalho nos dois anos que estive lá. Mas desde que eu saí, sempre me dá saudade, sempre penso em voltar - comentou.

Má fase do Santos:

- Não tenho medo de rebaixamento. Esse time é gigante e a camisa é pesada. Momentos ruins acontecem, inclusive quando eu estive aí, situações não tão boas, e conseguimos passar. Tenho certeza de que dessa vez vão reverter essa situação.

Atual zaga do Santos e técnico Fábio Carille:

- O Wagner Leonardo é um jogador que estava comigo, foi emprestado, pediram a volta porque estava muito bem no Náutico, primeiro lugar na Série B. É um grande jogador, que conseguiu pegar uma rodagem, experiência. Voltou para o Santos e está se encaixando. Já o Danilo Boza, cheguei a trabalhar com ele, zagueiro muito técnico. O Velazquez eu não o conheço, mas todos falam muito bem. A zaga está bem servida e o Carille é um treinador que entende muito defensivamente, é um dos melhores. Então só dar tempo para trabalhar com eles e vai dar tudo certo.

Volta ao Santos e dívida com o clube:

- Sim, tenho vontade de voltar. A cidade é maravilhosa, me senti em casa tanto na cidade quanto no clube. Fico muito feliz pela torcida, sempre esteve ao meu lado. Foram dois anos que sempre pude brigar por títulos. Fomos vice-campeões brasileiros e da América, claro que não queríamos ser vices, mas chegamos nas competições. Ainda sinto que devo um título ao Santos e quero um dia voltar e conquistar um título de expressão. Como eu sempre falo, é um time que me marcou muito, que sou torcedor. Eu só tenho boas lembranças e boas intenções. Fui muito feliz e sou muito feliz quando lembro das coisas, da saudade. Só gratidão por esse clube maravilhoso.

Adaptação ao futebol francês:

- Adaptação vem sendo muito boa. Acho que consegui rapidamente desde os primeiros amistosos. A própria imprensa disse que eu estava me adaptando muito bem, acho que muito pelo nosso treinador Sampaoli, por já ter trabalhado com ele, e por ter muitos jogadores Sul-americanos, então isso ajuda bastante - finalizou.

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