O torcedor que esperava um Santos pressionando o adversário no campo de defesa, velocidade pelas pontas e triangulações em toques rápidos deve ter dormido decepcionado na noite desta terça, após o empate por 0 a 0 contra o Olimpia, do Paraguai, pela terceira rodada do Grupo G da Libertadores.
Cuca começou com um meio-campo que os santistas já estão acostumados, mas mostra que pode não ser o ideal para a sequência do ano. Alison de primeiro volante, com Diego Pituca na esquerda e Carlos Sánchez na direita. Com apenas três jogadores contra cinco paraguaios no setor, o Peixe mostrava dificuldades na criação de jogadas.
O que se via era um festival de passes errados e a falta de mobilidade, principalmente de Pituca e Sánchez. As jogadas mais perigosas saíam novamente dos pés de Marinho e Soteldo, O venezuelano, inclusive, acertou uma bola na trave, em uma rara jogada de tabela rápida pelo meio com Raniel. Inclusive, o atacante foi um capítulo a parte no jogo. Furou uma bicicleta sozinho na área e perdeu uma chance com o gol aberto no segundo tempo.
Com tanta dificuldade para criar no meio e sofrendo com o rodízio de faltas da zaga paraguaia - só Marinho sofreu sete -, o Santos abusou dos cruzamentos para a área, mas sem perigo nenhum. De acordo com o SofaScore, o Peixe tentou 28 cruzamentos contra o Olimpia e acertou apenas 2 (7%). Foi o 6° pior percentual de acerto no cruzamento em uma partida somando 90 jogos entre os anos de 2019 e 2020.
Nem a expulsão de Rojas aos 23 minutos do segundo tempo deu uma animada no ataque santista. No fim da partida, o técnico Cuca reclamou da falta de opções no elenco para variações táticas.
Uma coisa é certa: ele não é o único a reclamar. Com a atuação de hoje, o torcedor santista pode ter, ainda que cedo, uma pulga atrás da orelha. Sorte que, na classificação do grupo, o Santos está confortável.
* Sob supervisão de Vinícius Perazzini