Captura-de-tela-2025-03-14-155259-aspect-ratio-1024-1024
Juliana Yamaoka
São Paulo (SP)
Dia 14/04/2025
06:15
Atualizado em 14/04/2025
11:28
Compartilhar

José Tiago Sabino Pereira é um dos torcedores ilustres do Santos Futebol Clube e sempre participa ativamente de ações do Peixe, seja nos jogos ou convites especiais para representar a torcida santista. Não reconheceu este nome? Projota herdou o amor ao clube do pai, que sempre o incentivou e o levou à Vila Belmiro.

Nesta segunda-feira (14), o Alvinegro Praiano comemora 113 anos e o cantor conversou com exclusividade sobre a data com o Lance! Ele falou sobre as principais memórias afetivas envolvendo o time do coração, o convite que recebeu para fazer um show na apresentação do Neymar e como foi ficar completamente alheio ao futebol durante o reality show do BBB.

➡️ Tudo sobre o Peixe agora no WhatsApp. Siga o nosso novo canal Lance! Santos

Projota faz show em evento de apresentação do Neymar na Vila Belmiro e emociona público ao cantar Muleque de Vila. (Foto: Bruno Vaz / Santos FC)

O Peixe não vive um bom momento dentro de campo com a eliminação no Campeonato Paulista na semifinal para o Corinthians e também com o jejum de vitórias no Campeonato Brasileiro. O técnico Pedro Caixinha balança no cargo, mas o clube terá uma programação especial durante o dia para celebrar os 113 anos.

Projota é um dos torcedores ilustres que acompanham o time independentemente da fase. O rapper sempre menciona o Alvinegro em suas entrevistas e canções. Projota fez 39 anos no dia 11 de abril, ou seja, apenas três dias antes do aniversário do clube do coração.

Na apresentação de Neymar, em Santos, o cantor levou o público ao delírio ao cantar Muleque de Vila. A canção menciona o time no trecho: 'Torcedor do Santos, desse pão e circo eu também quis'.

Confira a entrevista na íntegra:

COMO FOI O CONVITE PARA CANTAR NA APRESENTAÇÃO DO NEYMAR?
-Eu vou começar falando sobre o início da minha relação com o Santos. É inexplicável ser um torcedor que sempre gostou de assistir ao time e por causa do meu trabalho algumas portas começaram a se abrir. Comecei recebendo camisa, assistindo ao Santos na Vila de camarote. Nunca vou me esquecer quando o clube pediu para usar uma música minha (Foco, Força e Fé) para um vídeo motivacional para os jogadores antes de uma final. Depois, cheguei ao estádio e a música estava tocando. Tudo isso é muito emocionante. Eu sou fã do Neymar e ele é o cara. Impossível falar do futebol do Neymar. Eu sempre achei ele muito humilde e senti uma energia muito boa. Me emocionei quando o convite chegou. Quando começaram os burburinhos do retorno, eu joguei para o Universo para eu cantar no campo. E me convidaram exatamente para isso.

E OS BASTIDORES DESTE DIA? FALOU COM ELE ANTES DO SHOW OU SÓ NO GRAMADO?
-Eu só encontrei com ele no campo naquela loucura com todo mundo buscando ele para uma foto. A gente chegou cedo na Vila e encontramos com todos os artistas que se apresentaram no dia. O Santos tem uma construção de uma relação com os artistas santistas muito legal. Eu sempre encontro com o Kyan, MC Binn e Paty de Jesus. A Santos TV também teve esse papel de aproximar o clube, com os artistas e torcida. A gente se encontrou e ficou trocando uma ideia. Fomos orientados de como seria o evento e infelizmente choveu muito. Eu estava preocupado por ser o último, mas foi para lavar a alma.

COMO FOI CANTAR MULEQUE DE VILA PARA O NEYMAR E A TORCIDA DO SANTOS?
-Essa música nunca teve essa intenção. Quando eu escrevi foi muito natural e não era uma relação com os Meninos da Vila. Ela fala de mim e em tudo foi além do que eu imaginava. Eu estava fazendo uma música autobiográfica dos meus amigos, minha família, das minhas vivências, da minha quebrada e a correria no rap. As pessoas se identificaram independente da profissão com essa questão da batalha para alcançar um objetivo na vida. Mesmo eu falando de outro ramo, a luta é a mesma. O foco, a força e a fé são os mesmos. 'Não vacila Muleque de Vila' era uma forma de mencionar o Santos de alguma forma como sempre fiz. Acabou casando com o fato de o raio sempre cair na Vila Belmiro com mais um moleque que o sonho é melhorar a situação da família através do futebol.

QUAIS SÃO AS SUAS MEMÓRIAS AFETIVAS LIGADAS AO SANTOS?
- Sempre fui muito sincero na minha trajetória torcedo para o time. Era muito difícil torcer para o Santos morando em São Paulo. Eram poucas pessoas. Meu pai influenciou eu e o meu irmão. A gente ouvia muito jogo no rádio. A primeira vez que eu chorei por futebol na vida foi em 1995. Eu tinha 9 anos. Achei que a gente seria campeão e perdemos aquele Campeonato Brasileiro. Outra memória foi o título de 2002, a primeira vez que vi o time ser campeão. Eu fui para a escola e só tinha eu e mais um santista. Usei várias camisetas e levei a minha bandeira. Senti um orgulho inexplicável.

NA SUA OPINIÃO, QUAIS SÃO OS MAIORES JOGADORES DO SANTOS? JÁ CONHECEU ALGUM?
- O último dia que eu fui na Vila Belmiro eu fiquei sentado ao lado do Pepe. Teve uma homenagem pelos 90 anos dele e eu ganhei um copo. Sempre vou ao estádio com o meu irmão e é incrível poder presentear os meus familiares. É mágico. Meu pai não foi nesse dia e não sei como iria reagir de sentar ao lado de um dos maiores ídolos do clube. Encontei com o Giovanni, Elano, etc. Eles me deram tanta alegria. Aquele jogo contra o Fluminense, que eles não voltaram para o vestiário e ficaram no gramado...colocaram uma determinação acima de tudo para alcançar o objetivo, eu levo para a minha carreira. É um ensinamento de vida.

COMO FOI PARTICIPAR DO BBB E NÃO TER ACOMPANHADO O SANTOS NA FINAL DA LIBERTADORES DE 2020?
-Quem me acompanhava antes do BBB sabia que seria tenso para mim não ver o Santos. Eu falava diariamente sobre isso no reality. Eu ficava contando quantos dias faltavam para a final. Eu ficava pensando que se eu não fosse ganhar, era melhor sair logo para ver o jogo. Quando eu saí, achei tudo muito estranho de ficar lá dentro sem saber de nada. A gente estava vivendo uma pandemia na época. Eu também tinha essa preocupação com a minha família.

ANIVERSÁRIO DE 113 ANOS DO SANTOS
-Desde quando a gente estava na fase de 2002 pra frente era gostoso torcedor pro Santos. Quando o nosso time encaixa, é muito bom. Não somos odiados. As outras pessoas gostam de prestigiar o Santos. Nessa fase nova do Neymar, muitos me pedem para eu levar no jogo. Ele se tornou uma entidade do clube. Eu fico bravo quando alguém desmerece o futebol do Neymar.

O QUE O SANTOS REPRESENTA NA SUA VIDA?
-Família. A minha relação com o meu pai é muito ligada pelo fato de torcermos para o mesmo time. A gente não trocava muita ideia sobre algumas coisas da vida quando eu era adolencente. Quando a gente se encontrava, o assunto era sempre o Santos. A primeira coisa que falamos até hoje quando nos encontramos é o time. Eu quero ter essa relação com os meus filhos. Estou lutando para eles torcerem para o Santos já que a mãe é palmeirense. Quando a minha filha nasceu, eu já tinha avisado que a fase boa do Palmeiras não seria pra sempre. Por enqaunto, cantam o hino e as músicas da torcida santista.

Siga o Lance! no Google News