O Santos precisava dar uma resposta à torcida para aliviar a pressão e dar oxigênio ao trabalho de Jair Ventura no clube, depois de uma semana de pressão, e foi exatamente isso que fez na Vila Belmiro, contra o Vitória. Enfim, o time apresentou o que se espera dele: intensidade, velocidade e objetividade no ataque. E, assim, no melhor primeiro tempo da temporada, fez quatro gols em 44 minutos. Com uma equipe organizada e consciente do que fazer com a bola nos pés, o talento de Rodrygo foi potencializado e desequilibrou a favor do Alvinegro.
Nos primeiros 45 minutos de jogo, o Santos se mostrou em sua melhor versão: mais do que os contra-ataques eficazes, com lançamentos longos precisos, o time foi consciente nas jogadas e teve organização, minando os buracos no meio-campo que há tantos jogos incomodam. Desde o minuto inicial, pressionou o Vitória com marcação alta e empolgou a torcida com chegadas perigosas ao ataque.
Na prática, fez o que devia ser feito e satisfez os alvinegros - vale destacar ainda a assistência de Rodrygo para Gabigol no segundo tempo. O camisa 43 leu a jogada em questão de segundos e enfiou linda bola para o companheiros instantes depois de recebê-la após defesa de Vanderlei. Prova de um time cerebral.
- Tivemos volume, como em outros jogos, mas a bola agora entrou. Foi nosso primeiro tempo (do ano) em questão de gols. É importante termos vencido, estamos sempre buscando fazer grandes tempos. Vamos buscar esse equilíbrio entre os tempos - ponderou Jair.
No jogo todo, o Santos finalizou 20 vezes, marcou cinco gols e chutou outras seis bolas no gol. Diferente dos últimos jogos, foi bem na pontaria. Dos 385 passes trocados, 354 foram corretos, totalizando 56% de posse de bola. Dos 25 cruzamentos, nove certos e 16 errados. Número menor e mais eficaz em relação aos últimos jogos - o Peixe havia perdido as três partidas anteriores no Campeonato Brasileiro.
Se souber equilibrar a vontade, reação e intensidade apresentadas na goleada, o Santos pode começar a colher frutos e engrenar mesmo com a limitação de peças no elenco. Recolocando-se, assim, nos trilhos, como espera Jair Ventura.