Odair Hellmann cita Flamengo de 2019 para explicar uso dos titulares do Santos

Após classificação na Copa do Brasil, treinador também reclamou do pouco tempo de treino

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Odair Hellmann, técnico do Santos, utilizou o time considerado titular na vitória sobre o Botafogo-SP por 1 a 0, pela Copa do Brasil, nesta quarta-feira (26). O clube vem de cinco partidas seguidas com a mesma espinha dorsal e jogará novamente no próximo final de semana, contra o América-MG. Com este cenário, o técnico do Peixe explicou sua estratégia para escalações e citou o Flamengo de 2019, treinado por Jorge Jesus, para justificar as escolhas.

- O próximo jogo do Santos é sempre o mais importante. É final de Copa do Mundo. A gente tem um departamento médico, fisiológico. Temos dois dias agora, se algum jogador não recuperar e tiver 100% para jogar contra o América-MG, aí a gente vai colocar um 100%. Se ele tiver com algum problema, ele sai. Flamengo de 2019 jogou todos os jogos com todo mundo e conseguiu jogar - explicou.


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- A gente precisa visualizar a recuperação do jogador: alimentação, sono, descanso. A gente faz testes e avaliações até no dia do jogo. Se um jogador apresentar uma recuperação tardia, a gente pode fazer essa mudança. Se tiver uma recuperação boa, pode ser uma decisão técnica. Numa sequência maior, jogo sábado, viaja segunda, jogo terça e jogo sábado, a gente vai avaliando. A gente sempre vai entrar com os que tiverem melhor fisicamente e com a possibilidade melhor de ganhar o próximo jogo. - completou.

Tentando variar as opções táticas da equipe e sofrendo com lesões no elenco, Odair explicou as dificuldades de colocar em práticas suas ideias.

- Estou falando de mudanças em um time de três em três dias. Sem treinamento. Vai ter momentos de oscilação, já visualizamos isso. Hoje, por exemplo, tenho um dia de treino para os jogadores que não jogaram e o outro dia não tenho treino. Se não posso dar volume, intensidade... No último treino, posicionei os caras ofensivamente, mas você não consegue confrontar isso no dia a dia. Você trabalha, vai para o vídeo e não consegue confrontar. A gente sabe que tem que melhorar e tá buscando isso, através de características, movimentações ou mudança de sistema - disse.

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Público de mulheres e crianças

- Agradecimento, reverência. Agradeço a quem veio, às mulheres que trouxeram as crianças. Com certeza fizeram a diferença para nós, deram brilho diferente. Essa vitória e classificação é para todos, mas em especial para quem esteve aqui hoje. É para eles essa vitória.

Evolução ofensiva e equilíbrio

- Com essa escalação que entrou hoje e na característica do ano passado, o Santos era um time de transição, velocidade. Você não consegue mudar isso da noite para o dia e, principalmente, não mudando jogadores da característica. Nós ja fizemos o movimento de jogar com o meia aberto, para tentar ter o equilíbrio entre a velocidade e a posse. Nós temos bons jogadores, que na parte final tem drible, capacidade de um para um, mas precisamos encontrar o equilíbrio entre as transições.

Mais sobre a busca do equilíbrio

- O jogo do Atlético foi totalmente de transições. Esse jogo, era para ter mais controle, parar a bola, esperar. Você acaba não tendo a bola e fica só com a opção da velocidade e transição. Trabalhando? Muito pouco. A gente não tem tempo de trabalhar. É dois dias de recuperação, e a gente coloca um time em campo. A gente tá visualizando vídeos, conversando, para que a gente consiga maior equilíbrio na fase com a bola. Em termos de capacidade de definição e em tomadas de decisão.

Variações

- A gente tem que buscar, com esses jogadores que iniciaram hoje, que eles façam movimentos diferentes do que estão acostumados. Soteldo e Ângelo, por exemplo, gostam de um jogo posicional na ponta, esperar o um para um. Fizeram isso durante a carreira toda. Para você tirar e acrescentar movimentos, você vai colocando, mostrando, tentando treinar. Treino não tem, mas você vai mostrando para criar novas situações. O drible do Ângelo é natural, do Soteldo. Temos criar movimentos como um time, coletivamente. Aproximar mais os jogadores, trazer eles para o lado da bola.

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