O novo presidente do Santos, José Carlos Peres, não tem escondido de ninguém em suas declarações à imprensa, que o clube passa por problemas financeiros preocupantes e já sinalizou que recorrerá a empréstimos bancários para cobrir determinados pagamentos como o 13º salário dos funcionários, mas essa dependência pode ser amenizada em 2018, justamente por conta de uma promessa do próprio mandatário: a de mandar 50% dos jogos no Pacaembu.
Sem dúvidas, uma das principais bandeiras de Peres durante a sua campanha foi a divisão de mando de campo entre a Vila Belmiro e o Pacaembu. Mesmo após a eleição, as palavras foram mantidas e devem sair no papel já no início da temporada assim que os detalhes burocráticos sejam combinados com as Federações.
- Uma das coisas que vamos trabalhar é a questão do estádio. O Santos é o único clube que tem privilégio de jogar na Vila e no Pacaembu. Estamos invictos no Pacaembu. A média da Vila é 7 mil e no Pacaembu é 22 mil. Vamos fazer uma divisão justa: metade em São Paulo e metade na Vila Belmiro - declarou ao LANCE! antes de ser eleito.
Para o Santos, jogar no Pacaembu não é só uma questão de resultados dentro de campo e de agradar ao torcedor da capital paulista, mas também financeira, uma vez que tem sido mais rentável ao clube utilizar o estádio municipal do que a Vila Belmiro. Essa constatação pode ser observada nos números do Brasileirão-2017, que deixam a diferença bastante evidente.
No Campeonato Brasileiro o Peixe fez seis jogos no Paca, com 121.827 pagantes, R$ 4.130.120 de renda bruta total e R$ 1.601.426,02 de renda líquida total (lucro). Já na Vila foram 13 partidas, com 98.289 pagantes, R$ 3.252.865,00 de renda bruta total e R$ 1.131.066,83 de renda líquida total (lucro). Com praticamente metade dos jogos, o Pacaembu teve mais público, maior renda e maior lucro.
Uma curiosidade sobre o Santos na Vila Belmiro durante o Brasileirão foi o fato de ter acumulado quatro jogos com prejuízo na Baixada Santista. Foram eles contra o Atlético-PR (R$ 29.189,08 de prejuízo), contra o Atlético-GO (R$ 32.763,84 de prejuízo), contra o Grêmio (R$ 27.847,71 de prejuízo) e contra o Avaí (R$ 14.116,01 de prejuízo).
Em média, como é possível ver no quadro abaixo, os números de público e renda no Pacaembu são três vezes maior do aqueles registrados na Vila Belmiro no Brasileiro.
Média de Público no Pacaembu - 20.304 pagantes por jogo
Média de Público na Vila Belmiro - 7.561 pagantes por jogo
Média de Renda Bruta no Pacaembu - R$ 688.353,00 por jogo
Média de Renda Bruta na Vila Belmiro - R$ 250.220,38 por jogo
Média de Renda Líquida no Pacaembu - R$ 266.904,34 por jogo
Média de Renda Líquida na Vila Belmiro - R$ 87.005,41 por jogo
Na hipótese de essa divisão (dez jogos no Paca e nove na Vila) se concretizar no Campeonato Brasileiro do ano que vem e as médias continuarem nos patamares demonstrados acima, o lucro do Santos com bilheteria no Brasileirão pode ser 26% maior do que em 2017.
Potencial Lucro no Pacaembu no BR-2018 - R$ 2.669.043,30
Potencial Lucro na Vila Belmiro no BR-2018 - R$ 783.048,69
Potencial Lucro Total com bilheteria no BR-2018 - R$ 3.452.091,99
Lucro Total com bilheteria no BR-2017 - R$ 2.732.492,85