A majestade vem da santidade. Eternizados pelos próprios nomes. Santos, que dentre tantos milagres o maior foi entregar em berço alvinegro o Rei.
Pelé. Majestoso pela própria identidade. Soberano por seu incrível futebol. Edson, de Dona Celeste e Seo Dondinho. De Três Corações. E de tantos outros. Santistas. Brasileiros. Empossado em suor. Transbordado em lágrimas a alegria de toda uma nação. Alvinegra.
De branco e preto. Negro. Como a pele do Rei. A melanina que o deu força pra driblar tantos preconceitos e testes recusados por conta da sua cor, formou em seu caráter a resiliência que tornou fácil a Pelé driblar os seus adversários como se levitara em campo. Por isso não há como algum clube ser mais abençoado do que aquele que se chama Santos, que foi guiado à manjedoura da bola. Não encontrou ouro, incenso ou mirra, mas futebol. Muito futebol. Como nenhum outro havia jogado. Como ninguém mais jogou.
O esporte bretão sempre premiou o talento acima da regularidade. Um ato genial de craque quebra a mais consistente defesa. É o futebol sendo perfeito em sua imperfeição. E por isso não dá espaço a deuses – nem mesmo os que se autodenominam. É um reino. Com uma única majestade. Essa batizada pela própria bola.
Nada é tão significativo para alguém como o seu nome, aquilo que identifica. E é por isso que o Santos segue sendo divinamente santificado, e Pelé eternamente coroado. Pois, é Santos. É Rei. E basta. E se bastam.