O Santos assumiu o risco de sofrer algumas sanções ao entrar em uma disputa judicial com o V-Varen Nagasaki, do Japão, por conta do técnico Fábio Carille. Como o contrato do treinador com o Peixe foi registrado na sexta-feira (12) na CBF, não há preocupação para que o profissional assuma o clube alvinegro em jogos oficiais, mas a disputa com os japoneses deve entrar na Fifa e gerar possíveis transtornos para o Alvinegro no futuro.
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Santos e V-Varen possuem interpretações diferentes em relação ao contrato de Carille com a equipe asiática. Para os santistas, o vínculo havia se encerrado no dia 1º de janeiro, tornando o técnico livre no dia seguinte, quando assinou com o time da Vila Belmiro. Os japoneses, no entanto, consideram que o contrato tinha uma ativação automática até janeiro de 2025.
No Japão é comum que técnicos e atletas formalizem o vínculo com os clubes por um determinado tempo, mas que oficialmente esses vínculos sejam renovados automaticamente ano a ano por questões contábeis e também relacionada ao recolhimento dos impostos locais. A diretoria santista, no entanto, não entende desta forma e interpreta que Fábio Carille deveria ter sido comunicado e aceito a extensão.
O treinador tinha noção que o V-Varen estava interessado em ampliar o seu contato. A direção do clube japonês já havia sinalizado isso ao profissional há alguns meses.
Outro fator que o Nagasaki alega como argumento para acionar o Santos na Fifa é que o anúncio da contratação de Carille pelo Peixe aconteceu em dezembro, quando o técnico ainda tinha vínculo com o time asiático.
Quem “bancou” o anúncio e a apresentação de Fábio Carille ainda em dezembro foi o departamento de futebol santista, liderado por Alexandre Gallo, que se sentiu respaldado por algumas assessorias jurídicas, entre elas a que faz parte do estafe do treinador. No entanto, houve um movimento interno que orientou a direção santista a “segurar” o anúncio para não correr riscos.
Agora, mesmo com Carille e a sua comissão técnica aptos para dirigirem o Santos na beirada do campo, até mesmo na estreia santista na temporada, contra o Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, pela primeira rodada do Paulistão, no dia 20 de janeiro, o temor é que haja uma punição drástica para o clube da Vila Belmiro.
Os trâmites que são levados à Fifa costumam demorar alguns meses, mas podem levar o Peixe a ter que pagar o valor da multa rescisória de Carille, que gira em torno de R$ 7 milhões, além de juros e outros custos. O Alvinegro pode, também, ser impedido de registrar atletas durante um período, principalmente se for punido e não acertar o pagamento com os japoneses.