O Conselho Deliberativo do Santos reprovou nesta quarta-feira as contas do ano de 2015. Em uma votação acirrada, a maioria acatou o parecer do Conselho Fiscal e reprovou as contas do primeiro ano de gestão de Modesto Roma. Esta foi a primeira derrota política do dirigente desde que foi eleito no fim de 2014.
Do total de votantes, 83 optaram pela reprovação e 81 pela aprovação. A oposição do clube comemora o resultado porque pelo o artigo 68 do clube permite que a reprovação seja motivo de impedimento de um presidente e de seu vice. Para isso acontecer, a Comissão de Inquérito e Sindicância deve dar um parecer sobre o afastamento do presidente entre 60 e 90 dias. Depois disso, uma nova votação no órgão deliberativo deve acontecer
Os principais pontos destacados pelo Conselho Fiscal para reprovar as contas foram o pagamento de comissões para empresários de jogadores que renovaram contrato, assim como a compra dos direitos de Alison pouco depois de eles terem sido vendidos e adiantamento de cotas de televisão sem passar pelo crivo do conselho. Outro ponto mencionado foi o aumento em R$ 79 milhões da dívida do clube no ano passado.
Ao término da reunião, Modesto Roma Júnior deixou a Vila Belmiro demonstrando tristeza e não quis falar com a imprensa. Antes, ele justificou-se perante os conselheiros. Seus principais argumentos foram as dificuldades financeiras herdadas da outra gestão e a valorização de jogadores.
A situação acredita que poderia ter vencido ou empatado a votação, pois alguns conselheiros deixaram a reunião antes da votação, que chegou ao fim depois da meia-noite.
Quando Modesto Roma Júnior foi empossado, o déficit do clube era de R$ 203 milhões. Até o final de 2015, o número subiu para R$ 282 milhões, o que significa um aumento de R$ 79 milhões.
Foram gastos R$ 3.769.250 com intermediações em 2015, inclusive na renovação de contratos de jogadores. O somatório inclui R$ 600 mil gastos na renovação do lateral Caju, R$ 580 mil pelo acerto de extensão contratual com zagueiro David Braz, R$ 326 mil por Victor Ferraz e R$ 440 mil e R$ 420 mil, e R$ 440 mil e R$ 420 mil para contratar e renovar com Ricardo Oliveira.
Sobre Alison, que teve 70% de seus direitos vendidos ao Banco BMG em dezembro de 2014, o Peixe readquiriu o mesmo percentual no início do mandato de Modesto. No entanto, a venda foi de R$ 4.785.000 e a compra de R$ 7.547.000 por conta de juros estabelecidos em contrato da nova compra.
Já em relação às cotas de televisão do Paulistão, foram adiantados R$ 6.725.000. O principal ponto é que, de acordo com o estatuto, o presidente deve consultar o Conselho Deliberativo antes de solicitar o adiantamento, o que não ocorreu.