Presidente do Santos obtém liminar que trava processo de impeachment

José Carlos Peres alega ter sido impedido de conhecer detalhes das acusações que foram registradas contra ele na Comissão de Inquérito e Sindicância e bloqueia evolução

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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 09/08/2018
15:35
Atualizado em 09/08/2018
16:13
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O presidente do Santos, José Carlos Peres, conseguiu nesta quinta-feira uma liminar que bloqueia o andamento dos processos de impeachment que correm contra ele na Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS) do clube. Peres alegou na Justiça não ter tido acesso aos detalhes das acusações, o que estaria ferindo seu direito de ampla defesa. Os advogados do mandatário baseiam a acusação na Constituição Federal, carta magna do país, que está acima do Estatuto Social do Peixe.

A decisão da Justiça de São Paulo foi inicialmente informada pelo Globoesporte.com. O dirigente também exigiu mais tempo para juntar todas as provas necessárias para apresentar sua defesa. No dia 10 do mês passado, o LANCE! informou que o dirigente esteve reunido com seus aliados para discutir as estratégias de defesa que serão usadas no decorrer do processo.

Neste momento, os trâmites estão paralisados. O presidente ainda tem a intenção de incluir mais provas na defesa apresentada à CIS. Com a liminar, estão proibidas reuniões para tratar do assunto. Havia uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do Santos, presidido por Marcelo Teixeira, marcada pra o próximo dia 31. Neste encontro, os conselheiros iriam falar a respeito dos dois processos de impeachment contra o presidente. 

São dois pedidos de impedimento que correm no clube. Um encabeçado pelo conselheiro nato Esmeraldo Tarquínio e outro por Alexandre Santos e Silva. Ambos foram entregues a Marcelo Teixeira, presidente do Conselho, no mês passado. Ambos foram protocolados em junho. 

Politicamente, a situação de Peres no clube não é favorável. O dirigente não tem o apoio nem de seu vice, Orlando Rollo, que declarou ao LANCE! estar rompido com o mandatário. Na visão de Peres e sua defesa, os pedidos de impeachment são meramente políticos e possíveis de serem derrubados pela própria defesa. 

Entenda a questão
De maneira simplificada, os questionamentos dos conselheiros se baseiam nas duas empresas ligadas a Peres, a Saga Talent Sports & Marking e a Peres Sports & Marketing. Ele é acusado de usá-las para gerenciamento de atletas - algo que nega com veemência. Tal ato é proibido pelo Estatuto Social do clube. Um dos sócios de Peres na Saga teria, inclusive, exigido 10% da venda de Gabigol à Inter de Milão, da Itália, em 2016, pois tal empresa teria trazido o jogador ao Santos "de graça".

Ricardo Marco Crivelli, o Lica, gerente da base do Peixe em 2018 e afastado do cargo por acusação de abuso sexual, é também sócio de Peres na primeira empresa, que segundo o dirigente já foi encerrada e, em 2015, criou a Hi Talent Ltda. Um relatório da Comissão Fiscal do clube sobre a movimentação financeira no primeiro trimestre mostrou que o Alvinegro comprou 100% dos direitos econômicos do zagueiro equatoriano Jackson Porozo, de 17 anos, para o time sub-20, em fevereiro e que passará 20% de uma futura venda ao Manta (EQU) e 30% do lucro à Hi Talent.

A diretoria pagou 350 mil euros (erindo seu direito de ampla defesa. Os advogados do mandatário baseiam a acusação na Constituição Federal, carta magna do país, que está acima do Estatuto Social do Peixe. (cerca de R$ 1,5 milhão) pelo jovem, com vínculo até o final de 2021. O contrato não menciona o motivo das cláusulas acima. Tais questionamentos serão feitos nos pedidos de impeachment.

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