Principal contratação do Santos para a temporada, o meia-atacante Ricardo Goulart completou três meses sem balançar as redes pelo Peixe. A última vez que o camisa 10 marcou foi na vitória contra o Água Santa por 3 a 2, no dia 19 de março, na Vila Belmiro, em duelo válido ainda pelo Campeonato Paulista.
Desde então, ele entrou em campo 17 vezes, sendo dez pelo Brasileirão, cinco pela Copa Sul-Americana e duas pela Copa do Brasil e não balançou as redes. Até o jogo contra o Água Santa, o jogador havia marcado quatro gols em 11 jogos, um deles fundamental para a classificação do Santos diante do Fluminense do Piauí, na Copa do Brasil.
Ricardo Goulart perdeu espaço com a chegada do técnico Fabián Bustos. Antes do treinador argentino, ele ficou em campo por 634 minutos em oito jogos, média de 79 minutos por partidas. Nos 20 jogos que disputou com Bustos, ele ficou em campo 924 minutos, uma média de 46 minutos por jogo.
Neste sábado, no empate em 2 a 2 com o Red Bull Bragantino, Ricardo Goulart não saiu do banco de reservas.
No período de jejum, o meia-atacante chegou a dizer que estava jogando fora de posição.
- Exatamente, não é comum (o camisa 10 no banco de reservas). Eu vinha jogando, estou bem, com bons números. Mas futebol muda rápido, vem treinador novo… Joguei minha carreira inteira como meia no 4-2-3-1. Agora é 4-4-2, jogo realmente fora de função e conversei com ele, está claro. Ele é nosso comandante e respeito a decisão dele. Na minha carreira toda fui meia, ponta de lança armando com volantes e atrás dos atacantes. Hoje o treinador joga com dois atacantes e sem meia. Isso é complicado para mim e já conversei com ele. Ele sabe o que é bom para a equipe e eu tenho que trabalhar - afirmou.
Em uma partida em que o técnico Fabián Bustos estava suspenso, o auxiliar Lucas Ochandorena comentou sobre adaptação de Goulart no esquema do treinador argentino. Em jogos pelo Brasileirão, o atleta ainda não disputou um jogo completo.
- Goulart é um jogador muito importante dentro do grupo, creio que está se acostumando com o que pede Fabián. Aaqui a pouco vai ganhando ritmo de jogo. Acredito que para todo jogador isso é importante, e cada um dos jogadores está se dando ao máximo e tentando melhorar - afirmou o auxiliar Lucas Ochandorena.
Na última semana, o executivo de futebol do Peixe, Edu Dracena, defendeu o jogador.
- Temos que analisar a temporada, o ano não acabou. Entendíamos que ficou muito tempo na China, que precisa de readaptação e trabalho diferenciado. Contratamos o pacote Goulart, não só o atleta dentro de campo. É o primeiro a chegar, os mais jovens o têm como exemplo. É claro que o mais importante é dentro de campo, mas o Goulart influencia o externo. Seu exemplo no elenco, de um cara reconhecido nacionalmente e mundialmente, com estrutura bem feita no futebol e fora do futebol, é importante para nós - defendeu Dracena.
Ricardo Goulart foi anunciado pelo Peixe no dia 11 de janeiro. A negociação era considerada mais difícil. O jogador aceitou a proposta com salário de cerca de R$ 500 mil, além de bônus por ações de marketing. Goulart ficou empolgado com o projeto apresentado pelo Santos e assinou um contrato de dois anos de duração.
Com passagens por Santo André, Internacional, Goiás, Cruzeiro, Palmeiras e Guangzhou Evergrande, o atleta de 31 anos estreou pelo Santos na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, de virada, no dia 3 de fevereiro, na Neo Química Arena.