Sampaoli fala sobre queda de Carille no Corinthians: ‘Somos descartáveis’

Técnico argentino Jorge Sampaoli, do Santos, saiu em defesa do colega de profissão, demitido neste domingo, e criticou a contante troca de treinadores no futebol brasileiro

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Sempre sincero e sem receio de falar o que pensa, o técnico Jorge Sampaoli comentou a demissão de Fábio Carille do Corinthians. Perguntado sobre o fato, após a vitória do seu Santos por 4 a 1 sobre o Botafogo, neste domingo, o argentino condenou a constante troca de treinadores no futebol.

- Não acontece só no Brasil. Aqui um pouco mais, mas há muito movimento de treinadores. Essa culpa aos treinadores como está acertada socialmente ou pelos meios de comunicação faz com que tudo fique sempre numa só pessoa. Às vezes os jogadores e dirigentes correm, porque sabem quem é o responsável pela adversidade. A difícil tarefa hoje, sobretudo dos técnicos na América do Sul, é que são os responsáveis absolutos pelo que acontece com um grupo de jogadores. Às vezes, na verdade acredito que não é tão assim. E também não são os grandes responsáveis pelos êxitos. Os grandes responsáveis sempre são os jogadores - afirmou Sampaoli, em entrevista coletiva, antes de completar:

- Mas é um caso a mais de um colega que é demitido. Para mim, como técnicos, é amargo, porque amanhã seguramente será eu, nesse ritmo e com essa particularidade que somos descartáveis a todo tempo - acrescentou.

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O próprio Sampaoli não tem certeza sobre a sua continuidade no Santos na próxima temporada. Constantemente divergindo do presidente José Carlos Peres sobre o planejamento do departamento de futebol, o treinador já deu declaração deixando em dúvida a sua sequência. E não foi diferente neste domingo.

- É ilusionante pelo carinho que tenho pela camisa, pelo carinho das pessoas que convivem comigo nessa cidade. Sinto muito carinho e apreço. Todo isso também conta. Como expliquei da última vez: como cidadão me encantaria estar aqui. Como profissional também preciso ser responsável nas minhas decisões, porque se não duro quatro partidas. E tudo isso termina muito rápido. No futebol ninguém tem memória. Ninguém tem memória. Ninguém. Acredito que os meios de comunicação se encargam de fazer com que isso nos aconteça. Por isso as vezes todos querem já, de imediato. Como aconteceu com o técnico do Corinthians. Um contágio negativo, de energia negativa a todo tempo, deu no que aconteceu. Não vai mudar. Não há como revolucionar condições estabelecidas.

Apesar dessa incerteza, o treinador disse estar focado na sequência final do Santos neste Campeonato Brasileiro.

- Estou totalmente focado no agora. Depois vamos ver o que o clube vai determinar no futuro e ver se tenho a possibilidade de me sentir cômodo. Nem falamos sinceramente, porque não deu para parar de jogar todos os dias. Jogamos quarta e domingo - finalizou o treinador.

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