Problema antigo, solução antiga. Foi com essa receita que Levir Culpi encarou a série de desfalques no meio de campo do Santos. Ao mesmo tempo, o treinador perdeu Thiago Maia, vendido, e Renato e Vecchio, ambos lesionados. Foi aí que ele recorreu à medida mais tradicional da história do Santos: procurar os jogadores da base.
Hoje titulares no meio de campo do Peixe, Alison e Léo Cittadini sabem desde cedo o que é encarar dificuldade e ter que corresponder de forma rápida. Com essa lição aprendida, eles foram essenciais na conquista da Copa São Paulo, em 2013.
Quem conta essa história com propriedade é Alison, que carrega a conquista como uma das principais de sua carreira.
- Toda dificuldade que você passa acaba te fortalecendo. Comigo foi assim. Passei por algumas e sou um cara mais maduro. Isso só me ajudou a amadurecer. Eu estreei em 2011 no profissional mas joguei na base depois. Me machuquei, voltei a jogar só em janeiro de 2013 e disputei a Copa São Paulo (competição sub-20), fomos campeões, joguei a final como lateral-direito porque tinha quatro jogadores no meio. Não pensei duas vezes quando o Claudinei (Oliveira, então treinador do sub-20 do Peixe e atualmente no Avaí) me perguntou e foi importante para mim. Fico feliz com as chances que tenho hoje - lembra, em entrevista ao L!.
Na época, Alison disputava espaço com promessas da base santista, todas promovidas nos anos seguintes, como foram os casos de Leandrinho, Lucas Otávio e Pedro Castro. Léo Cittadini, atualmente segundo volante, era o camisa 10 do time e intocável. Na zaga, Gustavo Henrique comandava a defesa.
Por tudo isso, concorrência e disputa por espaço não assustam Alison. Não aos 24 anos, com 99 jogos pelo clube e um empréstimo no currículo.
- Eu lembro que naquela Copinha o Leandrinho se machucou no segundo jogo, voltou na semi-final e eu estava suspenso. Chegou na final e tinha o Lucas Otávio, Leandrinho, Pedro Castro e Léo Cittadini. E eu. O Claudinei chamou a gente para conversar e perguntou se eu jogaria de lateral. Na hora, o Leandrinho disse que revezaria comigo. Papo furado. Só eu joguei na lateral (risos). Lembro de tudo isso porque são momentos importantes que ficam na memória - acrescenta.
Em meio as dificuldades para repetir escalações, Levir Culpi pode até improvisar, mas enquanto apostar na dupla campeã, entrosamento não será problema no meio de campo.
E na lembrança, o título estará presente.
- Com certeza vou lembrar, isso ajuda muito a gente.